Brasília, 11 - O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, divulgou vídeo neste domingo, 11, no qual faz uma defesa do diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia. Segundo o ministro, o delegado tem o "dever de observar inquéritos de grande repercussão, até para que a PF não seja utilizada como instrumento de guerra política".
A declaração ocorre após o diretor-geral da PF afirmar, em entrevista à agência de notícias Reuters, que as investigações não encontraram provas de irregularidades envolvendo o presidente Michel Temer no chamado decreto dos portos. Na entrevista, ele deixa a entender que a corporação vai recomendar o arquivamento do inquérito aberto contra o emedebista no Supremo Tribunal Federal (STF).
As declarações causaram mal-estar entre delegados da PF e levaram o ministro do Supremo Luis Roberto Barroso a cobrar explicações de Segovia. Na intimação, Barroso sugere que, ao comentar um inquérito em andamento, o diretor-geral da PF pode ter cometido infração administrativa ou até mesmo penal.
Marun, porém, diz estranhar a "celeuma" em torno das declarações. "Já assisti dezenas, talvez até centenas de entrevistas de delegados, de promotores a respeito de inquéritos em andamento. Por isso até estranho essa celeuma que se estabelece no momento em que o diretor-geral da Polícia Federal verbaliza o óbvio: que num inquérito aonde não existem provas, não existem indícios, que não existe sequer a materialização do ato ilícito, tenha a tendência de ser arquivado", afirma o ministro no vídeo divulgado hoje (11).
(Thiago Faria).