Brasília - Por meio de nota, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) afirmou que "respeita a decisão e reforça o pedido para que o Supremo Tribunal Federal defina logo a questão" sobre sua posse como ministra do Trabalho. Em decisão divulgada nesta quarta-feira, 14, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, manteve a suspensão da posse e decretou que é competência do STF decidir sobre o imbróglio jurídico em torno da nomeação da parlamentar, por envolver questões constitucionais.
Leia Mais
Cármen Lúcia mantém suspensa posse de Cristiane BrasilDenúncia eleitoral contra Cristiane Brasil também parouMovimento de advogados comemora decisão de Cármen Lúcia contra Cristiane BrasilNomeação de Cristiane Brasil como ministra do Trabalho é anuladaPTB desiste de Cristiane Brasil para Ministério do TrabalhoEm sua decisão, o juiz federal Leonardo da Costa Couceiro, da 4ª Vara Federal de Niterói (RJ), alegou que a nomeação da deputada desrespeita o princípio constitucional da moralidade administrativa, pois a deputada já foi condenada pela justiça trabalhista. Como a fundamentação usada pelo magistrado é feita a partir de uma interpretação constitucional, a presidente do Supremo cassou a decisão do vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, que atendeu ao pedido da AGU e autorizou a posse de Cristiane no dia 20 de janeiro.
"Tem-se demonstrada, portanto, a usurpação da competência da Presidência deste Supremo Tribunal para processar e julgar a medida de contracautela apresentada no Superior Tribunal de Justiça", afirmou Cármen. A presidente já havia suspendido temporariamente a decisão do STJ no dia 22 de janeiro, atendendo provisoriamente a reclamação de que o STJ não tem competência para atuar na questão.
Depois de dar espaço para a AGU, a Procuradoria-Geral da República (PGR), Cristiane Brasil e o ministro Humberto Martins se pronunciarem, Cármen então definiu a questão de competência. A presidente do Supremo destacou na decisão que a reclamação atendida não discute a validade ou não do ato de nomeação pelo presidente da República, Michel Temer. Isso só será avaliado quando a Corte julgar o pedido da AGU, que tenta derrubar a decisão do juiz de Niterói.
Marun
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse nesta quarta que o governo continua confiando "no bom senso da justiça" em relação a autorização da Justiça para que a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) possa assumir o ministério do Trabalho. "O governo vai continuar confiando no respeito a Constituição federal", disse o ministro, que afirmou não ter lido a decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, de manter suspensa a posse.
Marun rebateu os questionamentos se não era melhor para o governo desistir logo da nomeação da filha de Roberto Jefferson.
Em decisão publicada nesta quarta, Cármen Lúcia decretou que a competência sobre o caso da deputada é do Supremo Tribunal Federal, e determinou o "imediato encaminhamento dos autos" da suspensão de liminar, que havia sido acatada pelo vice-presidente do STJ, ministro Humberto Martins, para o STF, "cassando-se a decisão proferida pela autoridade reclamada por manifesta incompetência". Com isso, quem deverá julgar definitivamente o impasse da posse agora é o Supremo.
Marun disse que acredita que não cabe ao governo pedir celeridade para o STF, mas que o ideal é que o tema seja resolvido logo já que a pasta está com comando interino há mais um mês.
.