O fluxo de migrantes da Venezuela em direção às cidades brasileiras e colombianas já se assemelha ao fluxo mensal de migrantes que cruzaram o mar Mediterrâneo em direção às ilhas italianas no auge da crise.
O alerta é de Joel Millman, porta-voz da Organização Internacional de Migrações (OIM). “Fomos informados de um fluxo de 40 mil pessoas por mês cruzando a fronteira para a Colômbia”, disse.
“Isso é quase o equivalente ao que vimos no auge da crise na Europa, em 2015, no sul da Itália”, explicou. “Trata-se de uma emergência diferente. Acompanhamos de perto a situação com atenção”, disse o porta-voz da OIM.
Na Colômbia, a situação é mais problemática. Os dados da entidade Migración Colômbia apontam que 470 mil venezuelanos entraram no país vizinho em 2017. No fim do ano passado, existiam cerca de 202 mil cidadãos venezuelanos vivendo de forma irregular na Colômbia. “Em alguns dos meses, já vemos um fluxo maior que o total mensal que a Itália recebe do norte da África”, aponta Millman.
Dados oficiais da organização destacam que a Itália, uma das principais portas para a Europa, recebeu 155 mil estrangeiros em 2015 e 181 mil em 2016. Praticamente todos eles partiram de portos líbios ou da Tunísia.
No auge da crise de refugiados, a passagem entre a Turquia e a Grécia chegou a registrar cerca de 1 milhão de pessoas. Mas a rota foi fechada por um acordo entre a Europa e o governo de Ancara. Em 2017, a OIM estima que 186 mil pessoas entraram no continente europeu pelas rotas marítimas, principalmente pela Itália.