O governador Fernando Pimentel (PT) acenou nesta quinta-feira (15) com a possibilidade do fim do pagamento de salário dos servidores de forma escalonada a partir de abril deste ano. Em fevereiro, completaram dois anos que os 600 mil funcionários do estado de Minas Gerais estão recebendo os vencimentos em até três vezes, conforme o valor. A prática, anunciada em janeiro de 2016, seria adotada inicialmente até maior daquele ano. Desde então, é a primeira vez que o governo apresenta um possível prazo para o fim do escalamento.
“Temos um horizonte seguro de melhoria financeira a partir de abril. Não quero antecipar porque está em andamento”, disse, em coletiva de imprensa sobre balanço da segurança no carnaval. Questionado sobre a regularização dos pagamentos, o governador respondeu: “Não sei ainda, o objetivo é esse, mas não posso assegurar que sim, mas é para isso que estamos trabalhando”.
O governador esteve em Washington (EUA) para fazer uma palestra na George Washington University. Segundo Pimentel, ele aproveitou a viagem para prospectar possíveis linhas de financiamento para regularizar o fluxo de caixa do estado.Ele visitou o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O governador pleiteou R$ 1 bilhão para investimentos em infraestrutura e saneamento pela Copasa, no Norte de Minas, por meio do BID Invest. Com os dirigentes do banco, Pimentel discutiu ainda a criação de um grupo para estruturar projetos nas áreas de segurança pública e educação.
“No próximo mês, uma missão do BID deve vir à Minas e o secretário da Fazenda e representantes do BDMG também devem voltar ao BID, mas ainda não tem nada de concreto”, afirma. O governo também tenta pressionar pela criação de um fundo previdenciário para as previdências públicas estaduais. “A crise do Estado se deve ao desequilíbrio previdenciário. Temos que colocar R$ 7 bilhões e a proposta de criação do fundo está sendo discutida”, disse.
Em ano eleitoral, o governador disputa a reeleição este ano e corre contra o tempo para melhorar a situação financeira do estado. Além do escalonamento de salário, o governo também dividiu desde 2016 o pagamento do 13º salário. No início do mês, prefeitos de todo o estado protestaram na Cidade Administrativa contra o atraso nos repasses de impostos e verbas como transporte escolar.