Partidos e pré-candidatos à corrida presidencial criaram "carimbos" de fake news para classificar o que chamam de notícias falsas ou ataques pessoais. Os nomes mais cotados para a disputa eleitoral já têm em seus respectivos sites ou páginas do Facebook seções para desmentidos. Nem sempre, porém, o foco é exclusivamente informações comprovadamente falsas.
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Combate a fake news na eleição não será censura, afirma Gilmar MendesApesar de condenação, PT reafirma lançamento de Lula para eleição de 2018Dilma diz que plano B para eleição seria covardia com LulaO texto do desmentido no site de Bolsonaro é esse: "Na campanha eleitoral de 2014, o Partido Progressista, deliberadamente e sem meu consentimento, depositou o valor de R$ 200.00,00 em minha conta eleitoral, a título de repasse de doação feita pela JBS - S/A (Friboi) ao Diretório Nacional. Infelizmente, por má-fé de alguns ou desconhecimento, apenas parte da prestação de contas disponível no site do TSE tem sido exposta com o claro intuito de comprometer minha conduta". A assessoria do deputado foi procurada, mas não se manifestou.
Embora tendo a condenação confirmada pelo Tribunal Regional da 4 ª Região (TRF-4), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda aparece em primeiro lugar nos levantamentos sobre a intenção de votos do eleitor. Na página do Instituto Lula, existe uma seção para desmentir mitos como aquele que diz que Lula teria aparecido na capa da revista Forbes como o homem mais rico do Brasil ou o boato de que ele já estivesse morto.
O site do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também tem um espaço chamado "Anti-fake News". "A seção tem como objetivo desmentir, com fatos, o que é publicado de mentiroso nas redes", afirmou um dos responsáveis pelo site, Daniel Sampaio. "É um tema bastante complexo. Às vezes, o desmentido pode dar mais visibilidade para uma mentira. Então, avaliamos caso a caso se é realmente necessário desmentir. Se é uma fake news que só circula em um nicho muito de direita ou muito de esquerda, na maioria das vezes, não interferimos."
'Acordo'
Na campanha de 2014, a hoje pré-candidata Marina Silva (Rede) já tinha um espaço exclusivo para rebater o que na época ela chamava de boatos, já que o termo fake news ainda não estava em voga. "Usaram muita fake news contra a Marina em 2104.
Pré-candidata pelo PCdoB, Manuela D'Ávila tem publicado vídeos como o "desfazendo algumas mentiras que rolam na internet". Para Marcelo Branco, ex-diretor-geral do Campus Party Brasil e ligado à futura campanha de Manuela, o desafio é combater a fake news como um mal comum, um mal que afetaria o próprio funcionamento da democracia. "O desafio também é o de fazer esse combate sem ameaçar a liberdade de expressão."
A avaliação do coordenador do Movimento Transparência Partidária, Marcelo Issa, vai na mesma linha. "Os partidos e a sociedade precisam combater as noticias falsas para que não se altere o próprio jogo democrático."
Para o editor do site Boatos. org - página especializada em checar notícias que são divulgadas por meio de redes sociais e WhatsApp -, o jornalista Edgard Matsuki, as eleições de 2018 já vão contar com a expertise do pleito anterior - onde, segundo ele, havia muita fake news circulando. "Estamos mais preparados para identificar e desmentir essas histórias com rapidez e sem margem para dúvida", disse.