Cerca de duas mil pessoas participaram, na noite desta quarta-feira (21), de mais um ato político do Partido dos Trabalhadores (PT) em defesa do ex-presidente Lula. A reunião foi realizada no Expominas, Região Central de Belo Horizonte. Em seu discurso, Lula acusou o Poder Judiciário, Ministério Público e parte da imprensa de atuarem para retirá-lo das eleições. “Disputem as eleições comigo para ver quem ganha. Estão lidando com um ser humano diferente. Eu sou um pedacinho de célula de cada um de vocês. E se um Lula incomoda, dois e milhões incomodam muito mais”, disse.
O ex-presidente reiterou que não respeita a decisão judicial contra ele por considerá-la “mentirosa, política e que não se baseia nos autos”. Lula disse ainda que vai voltar para garantir o direito do povo de viver melhor. “Aos meus algozes, prendam a minha carne, mas as minhas ideias continuarão soltas”.
Além de militantes, integrantes de movimentos sociais e apoiadores, estiveram presentes Fernando Pimentel, governador de Minas Gerais, Nilmário Miranda, deputado federal, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o presidente nacional do MST, João Paulo Rodrigues, o presidente nacional da Central única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Freitas, e a ex-presidente Dilma Rousseff. O evento também comemorou os 38 anos do PT.
De acordo com Nilmário Miranda, Lula escolheu Minas Gerais para lançar a sua candidatura porque Fernando Pimentel é o “líder da resistência ao Golpe de Michel Temer”. O lema do encontro realizado nesta noite em Belo Horizonte foi "eleição sem Lula é fraude”. O discurso também era endossado pelo PT e partidos aliados que integram o manifesto "Unidade para Reconstruir o Brasil", integrado pelo PSB,PDT, PT, PC do B e PSOL.
Em críticas ao TRF-4 e ao juiz federal Sérgio Moro, Gleisi Hoffmann desafiou os magistrados a explicar o auxílio-moradia que recebem, segundo ela, acima do teto constitucional. “Lula representa o povo perseguido do Brasil”, disse. Em seu discurso, Pimentel chamou o governo Temer de ilegítimo e disse que a intervenção federal no Rio de Janeiro é "para atacar o povo pobre".
“Nos conglomerados não existe fábrica de fuzis automáticos e nem de cocaína. Por que não vão para as fronteiras? Que intervenção é essa, querendo mandado de busca coletiva? A última vez que usaram isso foi na Alemanha nazista”, ressaltou o governador.
Como o em.com.br informou mais cedo, na porta do Expominas, onde ocorreu o lançamento da pré-candidatura do ex-presidente, faixas pediam a liberdade de Lula, em referência à condenação do petista em segunda instância pela Operação Lava-Jato.
Em postes da Rua Alagoas foram colocadas fotos de Lula nos moldes de cartazes de procurados dos filmes com os dizeres “Lula na cadeia”. Na peça apócrifa, ele é chamado por adjetivos como corrupto, ladrão, mentiroso e desonesto.
Já no Centro de Belo Horizonte, grandes faixas celebravam a presença do ex-presidente da República. Lula escolheu Belo Horizonte para começar as visitas regionais de divulgação da sua pré-candidatura. A confirmação do seu nome como pré-candidato do PT ocorreu um dia depois de ele ser condenado pelo Tribunal Regional Federal (TRF4) no caso do apartamento triplex no Guarujá. No evento no Expominas também foram comemorados os 38 anos do PT.