O presidente Michel Temer não descartou nesta terça-feira, 27, em solenidade no Palácio do Planalto, a possibilidade de decretar novas intervenções federais na segurança pública. Ele não citou em que estados a medida pode ser tomada. Segundo ele o governo federal não atuará apenas no Rio de Janeiro, uma vez que uma ajuda federal é solicitada em todo o país. Para ele, a intervenção federal é "democrática" e "civil".
Na posse do novo ministro da Segurança Pública, o emedebista disse que irá se reunir nesta quinta-feira (1º) com governadores do país para discutir medidas de redução da violência. "Eu chamei os senhores governadores para fazermos uma reunião, e, pontualmente, vamos verificando caso a caso ", disse.Segundo ele, possíveis novas intervenções serão de responsabilidade da nova pasta, assumida pelo ministro Raul Jungmann.
O interventor escolhido, no entanto, é o general Braga Netto, um militar, assim como o novo secretário estadual de Segurança Pública. "A intervenção é parcial e democrática, porque é amparada pela Constituição Federal. E é uma intervenção civil, que enaltece o diálogo e despreza o autoritarismo", disse.
Ele afirmou ainda que não será possível "erradicar toda a insegurança do país de um dia para o outro" e pediu o engajamento da sociedade civil no controle da criminalidade. No discurso, elogiou as Forças Armadas e disse que, além de combater a criminalidade, é preciso dar soluções aos problemas sociais nas comunidades do Rio de Janeiro.
Presente na cerimônia, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), rechaçou uma intervenção em seu Estado, que vem sofrendo com o aumento da criminalidade. Segundo ele, a situação no Ceará "está sob controle". "Não há nenhum motivo ou justificativa para qualquer pensamento sequer sobre intervenção no Ceará", afirmou o senador. "Seria oportunismo eleitoral insistir nessa ideia", completou.