Brasília – Antes de demitir o delegado Fernando Segovia do comando da Polícia Federal, Raul Jungmann fez discurso de posse no Ministério da Segurança Pública criticando a classe média que, segundo ele, pede segurança, mas consome as drogas que financiam o crime organizado. Ele defendeu também papel maior do governo federal na segurança, cuja responsabilidade hoje recai principalmente sobre os estados, embora o crime organizado tenha atuação nacional e internacional. Jungmann destacou ainda o fato de a segurança, diferentemente da educação e da saúde, não ter um piso de gastos públicos.
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Jungmann demite Segovia do comando da PFJungmann será o novo ministro da Segurança Pública; general Luna vai para DefesaJungmann descarta intervenções em outros EstadosO ministro disse que a maior parte dos gastos está com os estados. “Dos R$ 81 bilhões gastos com segurança em 2016, o esforço maior ficou com os estados: R$ 68 bilhões.
Raul Jungmann defeneu a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e de uma autoridade sul-americana para tratar do tema, por causa da atuação do crime organizado para além das dividas dos estados e das fronteiras do país. E apontou os problemas na segurança no Brasil, como os 61 mil assassinatos por ano e o baixo número de solução desses casos, o déficit crescente de vagas no sistema penitenciário e o fato de líderes criminosos continuarem a comandar seus bandos mesmo presos.
“Estamos prendendo, mas estamos perdendo essa corrida.
Jungmann disse também que as forças de segurança devem respeitar a lei e não podem se equiparar com o crime organizado. Quanto à criação da nova pasta, ele afirmou: “Por que o Ministério de Segurança Pública? Eu diria que a União precisa aumentar suas responsabilidade e coordenar os entes federados. Coordená-los e integrá-los. Combater duramente, enfatizo, duramente, o crime organizado, mas sem jamais desconsiderar a lei e os direitos humanos.
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