Deputados da oposição vão tentar anular, na Justiça, a tramitação do projeto de lei que prevê o desmembramento da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig) e a venda de 49% da empresa. Ainda hoje eles vão entrar com mandado de segurança no Tribunal de Justiça (TJMG) alegando ilegalidade na apresentação da emenda “Frankenstein” a uma proposta que tratava de organizações sociais de saúde. O principal argumento é que a emenda prevendo o assunto foi apresentada pelo deputado João Magalhães (MDB), enquanto a legislação mineira determina que matérias sobre criação, fusão ou extinção de órgãos públicos são de competência exclusiva do Executivo.
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Depois de aprovar venda, governo de MG vai desmembrar CodemigPimentel sanciona lei que coloca metade da Codemig à vendaGoverno de MG vai vender praticamente metade da CodemigVenda de parte da Codemig volta à pauta da Assembleia nesta terça-feiraOposição vai pedir afastamento de Pimentel por causa da venda de parte da CodemigPimentel defende operação na Codemig e nega privatizaçãoOs governistas até tentaram votar o projeto na tarde dessa quinta-feira (1º), mas por falta de quórum a reunião nem foi aberta. Às 14h, estavam presentes no plenário 25 deputados – eram necessários 26.
Tranquilidade
A polêmica emenda modifica a lei de abertura de capital da Codemig, possibilitando operações de cisão, fusão ou incorporação, desde que seja mantido o controle acionário da empresa pelo estado. Também fica permitido ao Executivo estadual realizar operações de crédito de até R$ 2 bilhões com instituição financeira federal. O valor seria para o pagamento de precatórios. Segundo João Magalhães, os “ajustes” seriam para facilitar a venda das ações da Codemig.
A reunião na noite de quarta-feira, na qual foi aprovado o parecer, foi tensa. A oposição acusou o governo de querer vender o patrimônio de Minas Gerais.
O líder do governo, deputado Durval Ângelo (PT) disse que a medida é apenas uma adequação para a venda da Codemig. “Temos tranquilidade da justeza da proposição, tranquilidade de que isso é a solução para o pagamento de salário de servidores e para as dificuldades financeiras que o estado está vivendo. Se alguém pensa o contrário tem o caminho Comissão de Constituição e Justiça e a Justiça, em última instância”, disse. A ideia do governo é alocar os recursos nas áreas previdenciária e de investimento. Durval ainda afirmou que a autorização para a venda da Codemig foi dada anteriormente, pelo governo Aécio Neves.
Em nota, a assessoria de imprensa do hoje senador Aécio Neves rebateu as declarações do petista. Segundo a nota, a Lei 18.375, aprovada em 2009, transformou a Codemig em empresa pública com sociedade limitada, mas restrita a sócios ou cotistas da esfera da administração indireta do estado, União ou município. “Ou seja, autorizou a sociedade a outras empresas da área publica, e não de empresas privadas”, diz a nota.
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