O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu o presidente Michel Temer no inquérito da Lava-Jato que investiga os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral). A investigação tenta identificar repasses de propina por parte da Odebrecht para a Secretaria Nacional de Aviação Civil.
A inclusão de Temer na ação ocorre após um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. A manifestação da procuradora se baseia em informações do delator Cláudio Melo Filho, ex-diretor da Odebrecht.
Melo Filho contou que o presidente Temer participou de um jantar, em maio de 2014, no qual teria sido negociada propina para integrantes do MDB. A acusação chegou ao Ministério Público no ano passado, mas o então procurador-geral, Rodrigo Janot, entendeu que o chefe do Executivo não poderia ser investigado por esse fato, uma vez que seria anterior ao mandato.
Raquel Dodge tem um entendimento diferente do antecessor. Ela destaca que "todos são iguais perante a lei" e não existe imunidade penal para o presidente que tenha capacidade de paralisar as investigações. Dodge afirma que o travamento do inquérito no caso de Temer poderia resultar na perda de provas.