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Estado de Minas

Apadrinhado pelo PTB, jovem de 19 anos vira gestor financeiro do Ministério do Trabalho

Mikael Tavares Medeiros é responsável por liberar meio bilhão de reais por ano. Sem experiência profissional, o jovem entrou na faculdade recentemente


postado em 09/03/2018 09:23 / atualizado em 09/03/2018 09:51

Mikael Tavares Medeiros foi empossado no cargo pelo então ministro Ronaldo Nogueira (foto), que deixou o ministério para voltar à Câmara dos Deputados e disputar a reeleição em outubro próximo(foto: André Dusek/Estadão Conteúdo )
Mikael Tavares Medeiros foi empossado no cargo pelo então ministro Ronaldo Nogueira (foto), que deixou o ministério para voltar à Câmara dos Deputados e disputar a reeleição em outubro próximo (foto: André Dusek/Estadão Conteúdo )

O mesmo PTB que protagonizou a novela para emplacar no Ministério do Trabalho a deputada federal Cristiane Brasil (PTB/RJ), parlamentar em dívida com a  justiça trabalhista, volta aos holofotes nesta semana com outro caso inusitado.

O protagonista dos petebistas dessa vez  é um jovem de 19 anos, indicado para um cargo, também no Ministério do Trabalho,  que autoriza pagamento de quase meio bilhão de reais.

Os pagamentos autorizados pelo adolescente a fornecedores da pasta giram em torno de de R$ 473 milhões por ano.


Mikael Tavares Medeiros  foi empossado em outubro de 2017 coordenador de documentação e informação pelo então ministro  do Trabalho Ronaldo Nogueira, do PTB. O salário inicial do jovem  era de R$ 5,1 mil bruto por mês.

O currículo de mikael inclui ser filho de Cristiomario de Sousa Medeiros, delegado da Polícia Civil de Goiás que é aliado de Jovair Arantes, o líder do PTB na Câmara. A mãe Mikael é a diarista Luciana Tavares Dias, que recebe Bolsa-Família.

Mikael  acabou de entrar para a faculdade. Há pouco tempo, escrevia nas redes sociais posts sobre ter ficado de recuperação no final do ensino médio (“qm passa direito é busao kakakwkaka”). Em abril do ano passado, foi levado à Justiça por PMs por portar 13,6 gramas de maconha.

A nomeação dele para o cargo de gestor financeiro do ministério foi assinada pelo então secretário-executivo da pasta, Helton Yomura – hoje, ministro interino do Trabalho.

De acordo com a reportagem de O Globo, o jovem tornou-se apadrinhado do presidente nacional do PTB, o ex-deputado federal e condenado no mensalão Roberto Jefferson, pai da  deputada Cristiane Brasil.

Amizade

O pai de Mikael negou ter sido o responsável pela indicação do filho. Mas afirmou que não teria problema em indicá-lo e confirmou ter apresentado Mikael aos líderes do partido.

Segundo Cristiomario de Sousa Medeiros, o filho não é filiado à legenda. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Mikael está filiado ao Partido da Mulher Brasileira (PMB) desde março de 2016.


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