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Estado de Minas

'Ele ainda está muito novo para ser um inimigo', ironiza Kalil sobre denúncias de vereador

Gabriel Azevedo (PHS) acusa o prefeito de Belo Horizonte de comprar apoio na Câmara e fazer uso político do Atlético


postado em 10/03/2018 11:46 / atualizado em 10/03/2018 12:10

O prefeito Alexandre Kalil disse que nunca 'meteu a colher' em briga de vereadores e que tem 'couro grosso' para receber ataques(foto: Alexandre Guzanche/EM/D.A Press)
O prefeito Alexandre Kalil disse que nunca 'meteu a colher' em briga de vereadores e que tem 'couro grosso' para receber ataques (foto: Alexandre Guzanche/EM/D.A Press)

O prefeito Alexandre Kalil (PHS) classificou neste sábado de “fantasiosas” as declarações feitas pelo colega de partido e vereador Gabriel Azevedo de que ele estaria fazendo uso político do Atlético e pagando vereadores – com dinheiro da Empresa Municipal de Turismo (Belotur) – para fazer parte da base de governo na Câmara Municipal.

Segundo ele, Gabriel estaria apenas querendo desviar o foco de matéria do jornal Folha de S. Paulo, que o acusou de prestar consultoria de campanha a candidatos recrutados por movimentos sociais por meio da RenovaBR. Segundo a publicação, o pacote, de R$ 261 mil, oferece estratégia política, assessoria jurídica, de comunicação, capacitação de equipes e serviços audiovisuais, entre outros.

Kalil afirmou ainda que não vai acionar o vereador judicialmente nem cobrar uma retratação. “Escolho o tamanho dos meus inimigos. Inimigo meu tem que ter currículo, ele ainda está muito novo para ser um inimigo. Quem sabe daqui a uns 20 anos?”, disse. O prefeito completou que nunca “meteu a colher” em briga de vereadores e que tem “couro grosso” para receber ataques.

No final da tarde dessa sexta-feira vazou em redes sociais uma conversa gravada entre Gabriel Azevedo e o secretário Municipal de Desenvolvimento Daniel Nepomuceno, ex-presidente do Atlético Mineiro, em que o vereador o questiona sobre a admissão do filho de outro parlamentar, Jair di Gregório (PP), na categoria de base do Atlético, em troca de apoio político para a Prefeitura no Legislativo. A gravação foi feita na manhã de sexta, sem conhecimento de Nepomuceno.

“A matéria é fantasiosa, delirante. Sempre que me pedem para fazer teste no Atlético eu mando, mas não foi esse o caso. O menino está fazendo um teste, é uma covardia com ele”, afirmou Kalil. “Ele pode se defender da matéria do jornal com tranquilidade. Não precisa atacar a família dos outros”, completou o prefeito. Jair Júnior, o filho do vereador, já jogou no Vila Nova e está em teste na base, sem contrato.

Além de conselheiro do Galo, Gabriel Azevedo foi coordenador de campanha de Kalil nas eleições de 2016, mas, depois de se eleger na Câmara, declarou-se independente. Na gravação com Nepomuceno, Azevedo afirma que a prefeitura teria comprado apoio político na Câmara.

“O Jair di Gregório teve na minha sala, falou que a Belotur está pagando para a base, está dando dinheiro para a base. E me disse claramente que o prefeito, para manter ele na base usou o Galo, colocou o filho dele, durante a sua gestão, para jogar na base (do Galo)”, disse. Na sequência, Nepomuceno responde: “Entendi. Direito seu, velho. Isso é verdade. Não posso falar nada, porque é verdade. Se o filho dele está lá, porque joga bola ou não joga bola... Ele está na base”, disse Nepomuceno, sem concluir a frase.

Velha política

Azevedo alega que tem sido atacado pelos parlamentares por causa da tramitação de projetos e por pressionar pela abertura da CPI da BHTrans, para auditar a empresa. “Eu entendo que eu incomodo querendo que o processo legislativo ocorra como tem que acontecer. Mas manter a base totalmente feita coma velha política, usando o Galo, usando dinheiro público, usando Belotur, é foda, né”, retruca o vereador na gravação.

Kalil rebateu dizendo que a CPI da BHTrans seria destinada a investigar a gestão do ex-prefeito Marcio Lacerda. “É uma desfaçatez dizer que estou trabalhando contra a CPI”, reclamou. Eduardo Nepomuceno e Jair di Gregório afirmaram na noite de sexta-feira que vão acionar o colega de plenário judicialmente.


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