A decisão do DEM de renovar os diretórios pelo país para deixar os candidatos aos governos estaduais mais confortáveis parece não ter sido combinada em Minas Gerais, onde o deputado federal Rodrigo Pacheco é o provável nome a assumir o comando da legenda. Apesar de nos bastidores a troca ser dada como praticamente certa, o atual presidente, deputado federal Carlos Melles, disse ontem que tudo não passa de especulação.
O deputado estadual Gustavo Corrêa (DEM) confirmou que é esperada uma mudança. “Nos discursos no dia da posse do novo presidente (ACM Neto) ficou muito claro esse desejo de renovação. A direção vai destituir todos os presidentes e nos locais onde houver candidato a governador ele vai ser o presidente”, afirmou.
Melles, no entanto, disse que nunca foi oferecida a presidência do DEM a Rodrigo Pacheco e que ele espera continuar à frente da legenda em Minas. “Sou dos mais velhos do partido e posso até, se for melhor ou conveniente, fazer essa troca, mas não é assim que tudo ocorre. Fofoca só atrapalha a política”, disse. O deputado mineiro disse ter sido consultado por Rodrigo Maia quando foi feito o convite a Pacheco. Segundo Melles, as mudanças na direção partidária só ocorrerão onde não tiver entendimentos. “Aqui, eu entendo que não é o caso”, disse.
O presidente do DEM, que continua vice-presidente nacional na gestão de ACM Neto, disse que as mudanças que podem ocorrer no partido serão para dar mais oportunidade aos palanques regionais. Melles confirmou que o cenário mais provável no partido é de Rodrigo Pacheco ser candidato ao governo. “Vamos começar a implementar essa refundação e temos este mês de abertura para quem vai vir ou não para o DEM. Se nada mudar, teremos até o dia 20 a filiação do Rodrigo Pacheco”, disse.
Pacheco articula uma nova demonstração de forças para o próximo sábado. Nessa data, cerca de 50 coordenadores regionais do MDB fazem ato de apoio a ele e contra o apoio ao governador Fernando Pimentel (PT) na sede do partido. O grupo fez reunião em janeiro com a presença de Pacheco e do vice-governador Antônio Andrade, na qual se manifestaram a favor da candidatura própria.
Pacheco causou cizânia no PP no mês passado. A bancada federal destituiu a direção estadual da legenda para articular o apoio ao deputado emedebista. A briga teve direito a socos na mesa e troca de acusações públicas. Os ex-presidentes da Assembleia Dinis Pinheiro e Alberto Pinto Coelho deixaram o PP afirmando que o partido estaria agindo de forma oportunista por causa das eleições.