Minas Gerais pode ter a primeira candidata mulher travesti a disputar um cargo majoritário. O nome de Duda Salabert (PSOL) foi inscrito nessa segunda-feira para disputar as prévias para o Senado no partido. A legenda agora tem que oficializar quem vai disputar uma das duas cadeiras em jogo nas eleições deste ano.
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Para Doria, Alckmin sairá vitorioso nas eleiçõesTSE revoga proibição de perguntas não relacionadas às eleições em pesquisasPara Sérgio Moro, promotores e juízes não devem disputar eleiçõesDuda Salabert acusa PSOL de transfobia e sai do partidoDeputado do PSL que atacou colega transexual em discurso assume ser gay Com mais de 350 mil votos ao Senado, mulher travesti quer disputar a prefeitura de BH em 2020A última eleição para a Câmara dos Deputados e o Senado formou o Congresso mais conservador da história, com o crescimento de bancadas ligadas a movimentos conservadores e com significativo aspecto religioso. Diante disso, Duda considera que sua pré-candidatura, por si só, já representa uma luta pela visibilidade das questões LGBT e principalmente da mulher travesti.
“O mais importante é que minha candidatura extrapola a eleição e uma possível vitória. Ela vai trazer um debate historicamente silenciado”, afirma.
“Sobre o Senado eu achei importante dizer o que a presença de uma mulher travesti representa. Se é uma casa para senhores, como o nome remete, é importante que uma travesti ocupe esse cargo. Também é uma Casa para senhores, mais velhos, com a função de moralizar a sociedade. Como o corpo travesti é visto como imoral esse momento é de ressignificar”, pontua, ressaltando em a expectativa média de vida de travestis é de até 35 anos, e que a presença dela, com 36 anos, também é algo que vai contra a “normalidade” da Casa.
Duda ainda chama atenção para outro aspecto. Segundo ela, mais importante que votar em candidatos ou candidatas LGBTs ou ligados às causas, é prestar atenção ao partido pelo qual a pessoa se lança na disputa.
A pré-candidata também ressaltou a necessidade de visibilidade e políticas para o movimento que tem sofrido, cada vez mais, com aumento da violência. Em 2017, 445 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTs) foram mortos em crimes motivados por homofobia. O número representa uma vítima a cada 19 horas.
O dado é de levantamento realizado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), que registrou o maior número de casos de morte relacionados à homofobia desde que o monitoramento anual começou a ser elaborado pela entidade, há 38 anos.
Os dados de 2017 representam um aumento de 30% em relação a 2016, quando foram registrados 343 casos.
O estado com maior registro de crimes de ódio contra a população LGBT foi São Paulo (59), seguido de Minas Gerais (43), Bahia (35), Ceará (30), Rio de Janeiro (29), Pernambuco (27) e Paraná e Alagoas (23). Entre as regiões, a maior média foi identificada no Norte (3,23 por milhão de habitantes), seguido por Centro-Oeste (2,71) e Nordeste (2,58).
Além da Duda, ainda disputam as prévias pelo PSOL:
Lorene Figueiredo
Luiz Pereira
João Batista Queiroz
manoel Cirpriano .