O senador Antonio Anastasia pediu às bancadas estadual e federal do PSDB um prazo para responder se vai ou não concorrer ao governo de Minas, atendendo à pressão do partido. Em reunião nesta terça-feira (13) em Brasília, ele disse que vai avaliar o apelo feito pelas lideranças mineiras e pelo pré-candidato a presidente tucano, Geraldo Alckmin, até a próxima segunda-feira (19).
Até o início do mês, Anastasia se mostrava irredutível no discurso de que permaneceria no Senado. O tucano chegou a dizer que essa era sua posição definitiva. Na semana passada, no entanto, durante visita de Geraldo Alckmin a Belo Horizonte, o ex-governador foi menos incisivo e disse que sua opção “por ora” era de não se candidatar. Geraldo Alckmin, por sua vez, disse que o PSDB poderia esperar por Anastasia e jogou a decisão sobre o palanque em Minas Gerais para agosto.
Segundo o presidente do PSDB mineiro, deputado federal Domingos Sávio, na reunião Anastasia não descartou a chance de ser candidato. “Entendo que ele foi mais aberto, afinal ele pediu um prazo. Portanto ficou claro que tem a possibilidade de aceitar a missão e antes ele afirmava que não. Acredito que Anastasia será nosso candidato a governador e estou trabalhando para isso”, disse.
Domingos Sávio disse que a bancada está mostrando para Anastasia que o apelo para concorrer é uma “convocação”. “Mostramos para ele que a situação de Minas se agrava a cada dia por este desgoverno e não podemos permitir que Minas siga o caminho da falência absoluta do estado, como está ocorrendo com o Rio de Janeiro. E ele é o nome que une a oposição neste momento”, disse.
O líder da Minoria na Assembleia, deputado Gustavo Valadares, afirmou que o grupo fez um novo apelo a Anastasia em nome dos parlamentares e de prefeitos. “Saímos animados com a possibilidade da candidatura dele. Ele pediu um tempo para absorver melhor esse pleito, mas não negou, coisa que em outras vezes fez”, disse.
A insistência para Anastasia concorrer tem dois motivos. O primeiro é dar um palanque forte ao candidato tucano ao Planalto em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país. O outro é ajudar na eleição dos deputados estaduais e federais, já que a candidatura própria traz junto mais visibilidade para o número do partido, puxando o voto de legenda.
Até então, a outra opção mais provável dos tucanos é apoiar a candidatura do deputado federal Rodrigo Pacheco ao governo. Sem espaço no MDB, o parlamentar anunciou a desfiliação e vai ingressar no DEM com toda a pompa na segunda-feira (19), mesmo dia da nova reunião dos tucanos sobre as estratégias eleitorais. Pacheco vai se filiar em evento em um hotel de Belo Horizonte com a presença do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, pré-candidato ao Palácio do Planalto.