A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Fernando Collor de Mello (PTC) podem perder o direito aos benefícios que dispõem por terem ocupado o mais alto cargo da República brasileira. Por terem sofrido impeachment, os dois se encaixam na regra proposta em um projeto de lei apresentado este mês na Câmara dos Deputados.
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A restrição também vale para quem sofrer condenação criminal em segunda instância posterior ao exercício do mandato, por atos relativos ao exercício da função de presidente.
Carros oficiais e segurança
Pela lei, os ex-presidentes brasileiros tem direito a usar os serviços de quatro servidores para segurança e apoio pessoal e dois veículos oficiais com motoristas. Tudo é custeado pela Presidência da República. Além disto, eles contam ainda com o assessoramento de dois servidores comissionados.
O autor do projeto, deputado Eduardo Cury (PSDB/SP), afirma que o corte dos benefícios é uma questão de moralidade. “A sociedade e a opinião pública não aceitam mais a impunidade e a manutenção de privilégios para quem quer que seja, razão pela qual se cobra – cada vez mais – uma atuação rigorosa das Instituições (principalmente do Poder Judiciário, mas também do Poder Executivo e do Poder Legislativo) para coibir desvios e punir eventuais malfeitos”, argumenta.
Segundo o parlamentar, é uma “incongruência” que a lei fale em condenação dos presidentes da República por casos como corrupção e lavagem de dinheiro, mas permita que eles obtenham benefícios do cargo ao perdê-lo. .