O assassinato da vereadora pelo Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL) repercutiu também entre os políticos, que cobram explicações das autoridades. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) repudiou a morte da ativista e do seu motorista, Anderson Pedro, e disse que as circunstâncias chocantes do crime apontam para uma execução.
“As circunstâncias dessas mortes – baleados dentro do carro, no Centro do Rio –, são absolutamente chocantes e podem indicar que foram executados. Estou profundamente chocada, estarrecida e indignada”, disse. Dilma disse esperar que as investigações apontem os culpados e pediu rigor na apuração. “Tristes dias para o país onde uma defensora dos direitos humanos é brutalmente assassinada”, afirmou.
O ex-presidente Lula também manifestou sentimentos aos familiares e companheiros de Marielle. “O Rio de Janeiro e a democracia brasileira foram atingidos por esse crime político bárbaro”, afirmou.
O companheiro de partido de Marielle, deputado federal Jean Wyllys, também se disse chocado com a morte e exigiu uma investigação rigorosa. “Queremos saber quem matou e por quê. Mas agora o mais importante é acompanhar a família dela e do companheiro que conduzia o carro e também foi morto. É uma noite muito triste, estamos desolados”, disse.
Mulher, negra e lésbica
A cantora Elza Soares também falou sobre a morte da militante nas redes sociais. Das poucas vezes que me falta a voz. Chocada. Horrorizada. Toda morte me mata um pouco. Dessa forma me mata mais. Mulher, negra, lésbica, ativista, defensora dos direitos humanos. Marielle Franco, sua voz ecoará em nós. Gritemos”, disse.
Quatro dias antes de ser morta, Marielle havia denunciado ações da PM nas redes sociais. Na condição de vereadora, a militante acompanhava a intervenção federal no Rio de Janeiro para tentar coibir abusos das forças armadas e da polícia nas comunidades. Há oito dias ela havia recebido denúncias envolvendo o patrulhamento da Favela de Acari, na Zona Norte do Rio.