Quatro dias antes de ser morta com quatro tiros na cabeça, no Centro do Rio de Janeiro, a vereadora Marielle Franco (PSOL) havia pedido o fim da matança dos jovens em seu Facebook. “Sábado de terror em Acari! O 41° batalhão é conhecido como Batalhão da Morte. É assim que sempre operou a polícia militar do Rio de Janeiro e agora opera ainda mais forte com a intervenção”, registrou.
Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?
— Marielle Franco (@mariellefranco) 13 de março de 2018
O recado da vereadora contra os militares foi claro em seu perfil. “CHEGA de esculachar a população. CHEGA de matar nossos jovens”, disse.
Marielle pediu aos seguidores que compartilhassem uma imagem que dizia “Parem de nos matar” e “vidas nas favelas importam”.
Quantos mais vão precisar morrer?
Na terça-feira, véspera de sua morte, Marielle voltou a comentar as mortes no Rio de Janeiro. "Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?", questionou.
A vereadora também já havia postado a frase no corpo de um manifestante da Parada Gay em junho do ano passado. "Hoje em São Paulo: o Brasil é país que mais mata travestis e transexuais no mundo", disse na ocasião.
Em sua última postagem no Facebook, Marielle transmitiu ao vivo na quarta-feira (14) a "Roda de conversa Mulheres Negras Movendo Estruturas".
A morte da vereadora vem sendo tratada como execução com motivação política por muitos políticos e pelos que comentam o assunto nas redes sociais. Ela e o motorista Anderson Pedro foram mortos a tiros no carro da equipe da vereadora na noite dessa quarta-feira (14) no Rio. A Polícia Federal vai investigar as circunstâncias do assassinato.