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Estado de Minas

Marielle foi perseguida por quatro quilômetros antes de ser morta a tiros

Os indícios apontam para uma execução. A vereadora denunciava ações de abusos policiais nas favelas cariocas


postado em 16/03/2018 07:00 / atualizado em 16/03/2018 07:44

A vereadora Marielle Franco foi morta com quatro tiros na cabeça(foto: Reprodução Facebook)
A vereadora Marielle Franco foi morta com quatro tiros na cabeça (foto: Reprodução Facebook)

A Polícia Civil do Rio acredita que os assassinos seguiram a vereadora Marielle Franco desde quando ela saiu de uma roda de conversa intitulada “Jovens Negras Movendo Estruturas”, na Lapa, no Centro do Rio de Janeiro. Ela pode ter sido perseguida por cerca de quatro quilômetros. Segundo a investigação, Marielle não tinha o hábito de andar no banco de trás do veículo, que tem filme escuro nos vidros. Na noite desta quarta, no entanto, ela estava no banco traseiro quando o crime ocorreu, o que seria mais uma prova de que os assassinos estavam observando a vítima há algum tempo.

Segundo a polícia, os disparos foram efetuados a cerca de dois metros do carro das vítimas, quando um outro automóvel, um Cobalt prata, emparelhou. Além de Marielle, o motorista Anderson Pedro Gomes também foi baleado e morreu. A perícia constatou que os tiros, nove ao todo, entraram pela parte traseira do lado do carona, onde Marielle estava sentada, e três disparos acabaram atingindo o motorista.

De acordo com a Divisão de Homicídios, o atirador seria experiente e sabia o que estava fazendo. Os assassinos usaram uma arma 9 mm para executar o crime. Policiais da Divisão de Homicídios fazem diligência nas ruas em busca de imagens de câmeras de segurança que possam esclarecer a morte de Marielle Franco. A perícia encontrou nove cápsulas de tiros no local. Os criminosos fugiram sem levar nada.

Testemunha

Uma assessora que estava no banco de trás, Fernanda Chaves, sobreviveu. Além da assessora que estava no carro com Marielle, a polícia já ouviu, pelo menos mais uma testemunha do crime. O secretário Estadual de Direitos Humanos do Rio, Átila Alexandre Nunes, afirmou que o órgão está deixando o programa de proteção à disposição das testemunhas da morte de Marielle Franco. Ontem pela manhã, o novo chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, disse que a morte da vereadora Marielle atenta contra a democracia e reafirmou que a principal linha de investigação é execução.

“Estamos diante de um caso extremamente grave que atenta contra a dignidade da pessoa humana, que atenta contra a democracia. Quero agradecer ao deputado Marcelo Freixo por ter vindo à chefia da Polícia Civil, é uma demonstração de apreço e respeito pela instituição. Vamos adotar todas as formas possíveis e impossíveis para dar resposta a este caso gravíssimo”, disse.

A declaração foi feita ao lado do deputado Marcelo Freixo (PSOL). Segundo o parlamentar, não havia nenhuma ameaça contra a colega. Freixo disse ter conversado com familiares e amigos de Marielle, que confirmaram as informações. ‘Quem matou a Marielle tentou matar a possibilidade de uma mulher negra, nascida na Maré, feminista, estar na política. Isso não é aceitável em qualquer lugar do mundo. Vamos exigir até o último momento que se descubra o que aconteceu”, garantiu Rivaldo.

 


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