Brasília – Depois de semanas de pressão para que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise novamente a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, ministros da corte discutem hoje, em reunião, possível solução para o impasse em torno do tema.
O encontro será no gabinete da presidente do STF, Cármen Lúcia, que tem resistido a pautar novo julgamento dessas ações e do habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Cármen Lúcia vem sendo pressionada a pautar um julgamento definitivo sobre as ações que discutem a prisão após a condenação em segundo grau.
Cármen voltou a dizer nessa segunda-feira (19) que não irá pautar o tema, decidido em 2016. “Não há nenhuma razão para que a matéria volte agora abstratamente”, disse. “Não cedo.” Em entrevista à Rádio Itatiaia, ela disse que o convite para a reunião foi feito pelo ministro Celso de Mello, o mais antigo da corte. “Não é reunião formal, nem fui eu que convoquei, mas é comum a conversa acontecer. Não tem nada de convocação, coisa que não fiz, nem tem nada de extraordinário.” O gabinete de Celso de Mello informou que ele não iria comentar o assunto. O decano, defensor da presunção da inocência, é um dos ministros que têm cobrado publicamente uma data para o julgamento.
Na semana passada, o advogado de Lula, Sepúlveda Pertence, se reuniu com Cármen Lúcia para pedir a inclusão do tema na pauta da corte.
Ministros favoráveis à rediscussão do tema buscam encontrar solução. Uma das possibilidades seria que o ministro Marco Aurélio Mello, relator das ações que tratam da prisão em segunda instância, apresente no plenário uma questão de ordem que pudesse levar a uma nova análise pelo plenário. Outra opção seria o conjunto de ministros rediscutir a questão ao analisar os embargos de declaração que foram interpostos contra o acórdão do julgamento de outubro de 2016. A jurisprudência do STF, por 6 votos a 5, é de que é cabível a prisão após a condenação em segunda instância.
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