O deputado federal Rodrigo Pacheco se filiou nessa segunda-feira (19) ao DEM e teve a pré-candidatura ao governo lançada pela legenda. Mas o que mais chamou a atenção foi a presença de caciques tucanos e outros aliados dos senadores Aécio Neves e Antonio Anastasia.

Com a presença do presidente nacional do partido, ACM Neto, e do pré-candidato a presidente Rodrigo Maia, o parlamentar adotou um discurso de críticas ao governo Fernando Pimentel e se colocou como a novidade necessária para Minas Gerais. Apesar das especulações, inclusive dentro do próprio partido, de que pode se juntar à candidatura de Anastasia, Pacheco garantiu que vai manter a posição de concorrer ao Palácio da Liberdade.

Embora tenha colocado muitos tucanos no palanque, Pacheco alfinetou os aliados ao afirmar que Minas precisa “olhar para frente”. O pré-candidato chamou o governo Pimentel de irresponsável e questionou qual seria a solução para o estado. “A solução é o resgate do passado necessariamente? É obvio que o passado tem pontos muito positivos e que temos que aprender com a experiência dos outros, mas o que Minas precisa é ser diferente”, disse.

Questionado em entrevista se a indireta seria para Anastasia, o pré-candidato disse que não estava personificando nada, mas que pretende reunir um grupo que seja “transformador” para Minas. Pacheco, que teve a pré-candidatura inflada nos bastidores pelo grupo de Anastasia e do senador Aécio Neves, disse não ver problemas em disputar com o PSDB. “Mantenho meu conceito em relação ao senador, que é o melhor possível, de homem decente, de qualidade, foi um excelente governador e reconheço isso, mas tenho o direito de dar a Minas oportunidade de uma alternativa. E é por isso que coloquei meu nome para o governo do estado”, disse.

A filiação foi prestigiada pelo presidente do PSDB, Domingos Sávio, e o secretário-geral da legenda, João Vitor Xavier. No palanque, Sávio disse que por mais que especulem, as legendas estarão unidas em Minas e no Brasil. Para João Vitor Xavier, a composição terá o senador Antonio Anastasia como cabeça de chapa. “O Pacheco tem total condição de contribuir em qualquer espaço, seja como vice-governador ou senador. É um dos quadros mais qualificados e, no espaço que dialogar com Anastasia, será muito importante”, disse.

O prefeito de Contagem, Alex de Freitas (PSDB), também disse que aposta em um entendimento. “Eles se respeitam muito e vão conversar até a convenção”, disse. Ele contou ter conversado com Anastasia no sábado e ouvido dele que a pré-candidatura foi uma decisão repentina mas muito bem pensada e consolidada.

O presidente do DEM de Minas Gerais, deputado federal Carlos Melles, que mais uma vez deixou transparecer seu descontentamento com a possibilidade de ser substituído na direção da legenda, admitiu que a pré-candidatura de Pacheco pode ser breve. “Ele é o candidato do DEM indicado e avalizado pelo Anastasia. Então, agora que o Anastasia colocou o nome, é preciso avaliar nos próximos 30 dias”, afirmou.

Além dos tucanos, participaram representantes do PPS, do PDT, PPT, Avante, PEN, PTC e PSB. Pacheco disse pretender formar uma grande frente com as forças que estiveram no evento para tentar tirar o governo de Fernando Pimentel.

O DEM preparou uma festa para receber o novo filiado e contou com o apoio da militância alheia para receber Pacheco. Os gritos de guerra, sons de apitos e balões ficaram por conta de um grupo com a camisa do Avante, do deputado Luis Tibé.

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