São Paulo – A Rede Sustentabilidade já lançou 13 pré-candidatos a governador nos estados, número considerado elevado mesmo se comparado com partidos de grande porte. A ofensiva faz parte de uma estratégia para compensar a expectativa de que a presidenciável do partido, Marina Silva, terá poucos segundos no horário eleitoral na TV. Nas mais recentes pesquisas de intenção de voto, Marina aparece bem posicionada e disputaria o segundo turno com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) em um cenário sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Candidatos ao Planalto buscam aliados nos estadosDescrença no sistema democrático expõe país ao risco do autoritarismoEm clima de 'Lula livre', PT define chapa paulista em encontroGeddel cita julgamento de Lula e pede ao STF para ser soltoMaioria das legendas tem balanço reprovado por TSE“Decidimos que teríamos nos estados pelo menos uma candidatura majoritária para dar suporte à campanha de Marina Silva. As majoritárias dão uma visibilidade muito importante para a presidencial”, disse Lucas Brandão, coordenador da Rede. Além dos pré-candidatos a governador já anunciados, o partido também vai lançar até 17 candidatos ao Senado.
Os nomes da Rede para o Executivo estadual devem enfrentar a mesma dificuldade de Marina no plano federal: se o partido não conseguir se manter com cinco parlamentares no Congresso, não tem lugar garantido nos debates de televisão. Além disso, com a bancada reduzida, se não fecharem aliança com outros partidos terão apenas cerca de 12 segundos de propaganda eleitoral, segundo cálculos da própria legenda.
Entre os pré-candidatos da Rede estão “veteranos” da política, como o deputado federal Miro Teixeira (RJ) – na Câmara desde 1971 –, até o autor da Lei da Ficha Limpa, o ex-juiz Márlon Reis (TO). Lançado em Santa Catarina, Rogério Portanova já passou pelo PT, MDB e PV.
Alianças difíceis Com o discurso da terceira via, que acompanhou Marina nas duas últimas eleições presidenciais, os nomes da Rede nos estados também enfrentam dificuldades de fechar alianças com partidos tradicionais. João Batista Mares Guia, pré-candidato mineiro, fundador do PT e secretário de Educação do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB), afirma que “não tem como fazer coligação no primeiro turno”. Irmão do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, ele diz que os partidos representam “as mesmas elites que há anos e anos vêm governando Minas Gerais”.
Em Rondônia, o cientista político Vinicius Raduan Miguel, de 33 anos, vai concorrer a um cargo público pela primeira vez. Raduan Miguel faz parte do grupo das candidaturas cidadãs da Rede – integrantes de movimentos que pretendem ingressar na política sem necessariamente fazer parte organizacional do partido.
Dinheiro
Fundada em 2015, a Rede receberá neste ano R$ 780 mil do fundo partidário – dinheiro que não pode ser usado integralmente na campanha. O Tribunal Superior Eleitoral só deve divulgar os valores exatos em junho, mas o partido deve receber R$ 10,7 milhões do fundo eleitoral público. A soma é inferior ao que o PT, MDB e PSDB receberão apenas de fundo partidário – R$ 17,2 milhões, R$ 13,8 milhões e R$ 14,2 milhões, respectivamente. Do fundo eleitoral, o MDB deve receber ainda R$ 243,2 milhões; o PT, R$ 212,3 milhões; e o PSDB, R$ 185,8 milhões. A Rede deve entrar com ação nas próximas semanas no Supremo Tribunal Federal questionando a distribuição do fundo para ampliar de 2% para 5% a parte que é repassada igualitariamente – o que representaria mais R$ 2 milhões.