A Polícia Federal apreendeu, na sede da Rodrimar, folhas de papel com citação ao presidente Michel Temer (MDB) e à empresa Argeplan, controlada pelo coronel da PM José Baptista Lima Filho o coronel Lima, amigo do emedebista. A Rodrimar foi alvo de buscas da Operação Skala, deflagrada nessa quinta-feira, 29, por ordem do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo. O dono da empresa, Antonio Celso Grecco, foi preso.
A Skala investiga supostos benefícios à empresa Rodrimar na edição do decreto voltado ao setor portuário. O presidente Michel Temer (MBD) é um dos alvos do inquérito.
A equipe SP-13, da PF, chefiada pelo delegado Fábio Seiji Tamura cumpriu o mandado número 15 do ministro Barroso. Os agentes vasculharam quatro andares da sede da Rodrimar, localizada à Rua General Câmara, 129/141, Centro de Santos. Os agentes percorreram o 3º andar, o 4º, o 5º e o 8º.
A SP-13 descreveu em relatório anexado aos autos o material apreendido na Rodrimar. O item número 7 se refere à Argeplan. "Uma folha de papel contendo relação de empresas, entre elas, Argeplan Arquitetura e Engenharia LTDA (encontrado no quarto andar - setor jurídico)", relatou a PF.
O nome do presidente é citado no item 20. "Uma folha de papel contendo o nome de várias empresas e pessoas físicas, incluindo Michel Temer (encontrada na sala do gerente Willy Maxell, quinto andar)."
Coronel Lima é um nome emblemático da Operação Skala, muito ligado a Temer desde os anos 1980 e 1990, quando o presidente exerceu o cargo de secretário da Segurança Pública de São Paulo (Governos Montoro e Fleury Filho).
Ao autorizar a Operação Skala, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso registrou que, para a Polícia Federal, a empresa Argeplan "tem se capitalizado" com recursos de empresas interessadas na edição do Decreto dos Portos e distribuído tais recursos para os demais investigados.
Barroso citou que a PF chegou a essa constatação na análise dos documentos colhidos tanto no Inquérito dos Portos, do qual é relator, quanto nos autos de um inquérito que já tramitou no Supremo sobre o setor portuário e hoje se encontra arquivado -- Temer foi investigado nesse caso.
Para a Polícia Federal, segundo Barroso, a análise conjunta dessas duas investigações "permite concluir que a Argeplan, agora oficialmente com o Investigado João Batista Lima Filho como sócio, tem se capitalizado por meio do recebimento recursos provenientes de outras empresas - as interessadas na denominado Decreto dos Portos -, e distribuído tais recursos para os investigados".