Após um almoço na sexta-feira, 30, com o presidente Michel Temer, seu advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira disse que o Temer está "muito aborrecido" e "constrangido" com prisões dos seus amigos, o empresário José Yunes e o coronel João Baptista Lima Filho, e do ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi, na quinta.
"Um verdadeiro processo kafkiano. O presidente está muito aborrecido com as prisões, constrangido, solidário a eles todos, homens de idade", disse Mariz, após almoço no Palácio da Alvorada. O encontro ocorreu um dia depois de o presidente ter seus amigos próximos presos.
O criminalista nega, contudo, que tenha conversado com o presidente sobre uma possível estratégia para se blindar da Operação Skala, que na quinta prendeu Rossi, Yunes e o coronel Lima. Aliados temem que a operação seja um prenúncio de uma terceira denúncia.
"O presidente não foi atingido pela operação, logo não há porque peticionarmos nos autos", afirmou.
O advogado criticou a Procuradoria, a polícia e a magistratura, como um todo, que, segundo diz, estariam sempre mobilizados para "dar a impressão" de que Temer é alvo das investigações.
"Há uma grande estupefação por parte do presidente, de minha parte e de toda a equipe em face dessa insistência, dessa obstinação em querer imputar a ele a prática de um crime", concluiu.