Integrantes do Ministério Público (MP) e do Judiciário protocolaram nesta segunda-feira, no Supremo Tribunal Federal (STF), uma nota técnica e um abaixo-assinado com cerca de 5 mil assinaturas, entre juízes e membros do MP, para que a Corte não mude o entendimento que permite a prisão de condenados na segunda instância.
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Manifesto de advogados contra prisão em 2ª instância tem 3.262 adesõesMDB confirma filiação de Meirelles amanhã em BrasíliaCármen Lúcia e Galloro se reuniram para discutir segurança no julgamento de LulaPolícia Militar vai dividir manifestantes e isolar STF na próxima quarta-feiraVaralda compõe o grupo de dez pessoas, entre integrantes do MP e juízes, que entregou os documentos no prédio do tribunal, em Brasília, na tarde desta segunda-feira. No momento, eles passam nos gabinetes dos ministros para deixar a nota técnica e o abaixo-assinado. No entanto, não há audiências com ministros previstas para esta tarde.
O manifesto, que conta com a assinatura do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, é apresentado dois dias antes do julgamento pelos 11 ministros da Suprema Corte do habeas corpus de Lula, condenado a 12 anos e 1 mês no caso triplex. As assinaturas continuarão sendo colhidas até esta quarta-feira. Portanto, o grupo não fala num número fechado de adesões, que ocorrem desde quinta-feira, 29, de forma virtual.
De acordo com Varalda, o movimento não é feito em função do caso de Lula, mas pelo que pode acontecer no julgamento do habeas corpus dele, caso a Corte atenda ao pedido do ex-presidente, que pede que eventual prisão somente seja executada quando não couberem mais recursos na Justiça contra a condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo os membros do MP, a preocupação é com efeito "cascata" de eventual decisão.
"Esse abaixo-assinado é de procuradores, promotores e juízes preocupados com a impunidade e com o grande índice de criminalidade no Brasil. A preocupação é que ocorra um efeito cascata, em que haja a liberação de homicidas, latrocidas, estupradores, traficantes do Brasil todo a partir do momento em que o tribunal rever o posicionamento e inviabilizar a execução de pena após condenação em segunda instância", afirmou.
O grupo de juristas e integrantes do MP também aborda a interpretação que é dada ao princípio constitucional da presunção de inocência, usado como principal argumento entre os que defendem a prisão de condenados somente após o trânsito em julgado das ações penais.
"Presunção de inocência não tem essa abrangência toda.
Manifesto
Também apoiam o documento o coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato, no Paraná, procurador Deltan Dallagnol, as procuradoras da Lava-Jato em São Paulo Thaméa Danelon e Anamara Osório, os procuradores José Augusto Vagos e Sérgio Luiz Pinel Dias, da Lava-Jato no Rio, a procuradora regional da República Ana Paula Mantovani, além dos procuradores-gerais de Justiça de Goiás, Benedito Torres, de Alagoas, Alfredo Mendonça, e do Rio, Eduardo Gussem, e, ainda, o procurador do MP junto ao Tribunal de Contas de União (TCU), Júlio César Marcelo de Oliveira.
"Nada justifica que o STF revise o que vem decidindo no sentido de que é juridicamente adequado à Constituição da República o início do cumprimento da sanção penal a partir da decisão condenatória de segunda instância. A mudança da jurisprudência, nesse caso, implicará a liberação de inúmeros condenados, seja por crimes de corrupção, seja por delitos violentos, tais como estupro, roubo, homicídio etc", afirma o abaixo-assinado.
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