Brasília - A Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal decidiu bloquear o acesso ao Supremo Tribunal Federal (STF) e dividir a Esplanada dos Ministérios entre manifestantes contra e a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira, por causa de manifestações convocadas para acompanhar o julgamento do habeas corpus do petista. A estimativa dos organizadores é que 20 mil pessoas compareçam à Esplanada.
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Abaixo-assinado contra prisão em 2ª instância chega ao gabinete do decano do STFJuízes e procuradores entregam ao STF manifesto por prisão em 2ª instânciaMinistro do STF barra dissolução do MDB de PernambucoDefesa de Lula entrega ao STF parecer de jurista contra prisão em 2ª instânciaSTF é pressionado na semana do julgamento do habeas corpus de LulaMesmo assim, haverá uma divisão dos grupos por grades vazadas, com um cordão de policiais militares entre eles. A separação dos manifestantes no gramado central vai desde a Catedral de Brasília até a Alameda dos Estados, que fica em frente ao Congresso Nacional. "Pelo fato de haver pessoas com ideias contrárias e de forma preventiva, os órgãos de segurança pública farão a divisão do público no canteiro central da Esplanada. Serão utilizadas duas fileiras de grades vazadas da Polícia Militar. No espaço entre elas, policiais militares ficarão posicionados a fim de evitar contato entre os dois lados", disse a secretaria, em nota.
Além disso, um cordão de isolamento com grades e policiais militares enfileirados, na altura da Alameda dos Estados, impedirá a passagem dos manifestantes até a sede do Supremo.
Pixuleco
A SSP proibiu o ingresso na área de manifestações de pessoas portando fogos de artifício, sprays, produtos inflamáveis e bonecos infláveis grandes, como o Pixuleco, que representa o ex-presidente Lula vestido com uniforme de presidiário. Há outros bonecos que fazem alusão crítica a ministros do Supremo.
Na Esplanada, PMs farão pontos de bloqueio para revista e patrulhamento. O trânsito será desviado na altura da Catedral de Brasília, onde o diretório local do PT planeja realizar uma vigília cívica pela liberdade de Lula e em defesa da possibilidade de ele se candidatar a presidente.
O PT, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Frente Brasil Popular planejam fazer um ato na Esplanada, ao meio-dia, pouco antes do início da sessão plenária que concluirá o julgamento do habeas corpus de Lula.
O Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua convocaram manifestações para esta terça-feira, 3. O MBL protesta às 17h em frente ao STF para "exigir a prisão" do petista. Já o Vem Pra Rua promove ato em frente ao Congresso contra a corrupção e a favor da prisão de condenados em segunda instância. As convocações estão sendo monitoradas por autoridades de inteligência.
As decisões foram tomadas por autoridades e forças de segurança do governo do Distrito Federal durante reunião ontem com os movimentos que marcaram as manifestações para discutir o esquema de policiamento.
Nem o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) nem a Secretaria da Segurança Pública divulgaram os efetivos que pretendem empregar.
O protocolo prevê como responsabilidade do Exército, por meio do Batalhão de Guarda Presidencial, guarnecer o Palácio do Planalto. A Polícia da Aeronáutica protege o Ministério da Defesa, e os Fuzileiros Navais, o Itamaraty.
O Supremo possui seguranças próprios na sede - são 149 vigias, entre homens armados e desarmados. Uma equipe de delegados da Polícia Federal também trabalha no tribunal. O Congresso Nacional possui policiamento legislativo próprio.
(Felipe Frazão).