Jornal Estado de Minas

Grupos pró e contra Lula vão às ruas em todo o país hoje


A um dia do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Supremo Tribunal Federal (STF), simpatizantes e oposicionistas realizarão diversas manifestações pelo país a favor e contra a prisão do petista após condenação em segunda instância. Lula foi condenado a 12 anos e um mês de cadeia no caso do tríplex do Guarujá. Ao todo, 21 estados têm atos programados para hoje. Em Brasília, a concentração está prevista para as 17h próximo ao Congresso Nacional.

No comando dos atos antiLula, estão o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem pra Rua (VPR), que divulgaram nas redes sociais um mapa com os horários e cidades participantes. Com o slogan “Ou você vai, ou ele volta”, o MBL tem agenda em mais de 70 cidades.

Até a noite de ontem, a convocação do MBL no Facebook para o evento em Brasília contava com 291 confirmações. O grupo realizou uma vaquinha on-line para ajudar nos custos das manifestações que arrecadou R$ 15.483. A meta inicial era de R$ 11 mil. Amanhã, no dia do julgamento, o MBL deve realizar um protesto em frente ao STF.

Também favoráveis à prisão em segunda instância, o movimento Vem pra Rua tem manifestação prevista para 111 cidades — São Paulo é o estado com o maior número de participantes.
A Avenida Paulista será o principal palco das manifestações. Minas Gerais segue em segundo lugar. O VPR tem 65 mil confirmações de presença via redes sociais.

No exterior, também há manifestações previstas em Boston (EUA), Londres (Inglaterra), Nova York (EUA), Roma (Itália) e Santiago do Chile (Chile). No dia do julgamento, o grupo pretende mobilizar adeptos nas redes sociais. Outros movimentos como o NasRuas também estarão presentes.

Os manifestantes a favor de Lula convocaram vigílias para todo país a partir das 19 horas. Em Brasília, ocorrerá em frente a Catedral, na Esplanada dos Ministérios. Na quarta, com a hashtag #LulaLivre, a CUT e o movimento Frente Brasil Popular marcaram uma vigília em frente ao STF, a partir do meio-dia.


Longe do STF


A Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal (SSP/DF) se reuniu ontem com as forças de segurança do DF e representantes dos diversos movimentos populares, a fim de definir as condições para realização dos atos públicos e quais serão os procedimentos de segurança adotados.  Com isso, as vias S1 e N1 ficarão fechadas a partir de meia-noite de quarta-feira.

Os órgãos de segurança pública farão a divisão do público no canteiro central da Esplanada, desde a altura da Catedral até o limite com a Alameda dos Estados.
Serão utilizadas duas fileiras de grades vazadas da Polícia Militar. No espaço entre elas, policiais militares ficarão posicionados a fim de evitar contato entre os dois lados.

Segundo a SSP/DF, os organizadores dos movimentos sociais estimam que o evento deva reunir cerca de 20 mil pessoas. Do lado norte, voltado para a via N1, ficará o grupo a favor da aprovação do habeas corpus preventivo do ex-presidente da República. Do lado oposto, próximo à via S1, ficará o grupo contrário à aprovação. Em cada lado serão permitidos até três carros de som devidamente cadastrados. Os organizadores deverão ainda enviar à SSP/DF cópia dos documentos dos veículos e da carteira de habilitação dos motoristas com antecedência.

Será proibida a entrada de fogos de artifício, sprays, bonecos infláveis grandes e produtos inflamáveis. Haverá linhas de revista da Polícia Militar antes da entrada ao gramado, próximo à Catedral.

Os dois lados da Esplanada dos Ministérios ficarão interditados para veículos, da altura da Catedral até o Balão do Presidente, na via L4 Sul. O fechamento será feito pela Polícia Militar, a partir de meia-noite, e só após a dispersão total do público as pistas serão liberadas.

As principais alternativas para circulação são as vias que passam atrás dos ministérios: S2 e N2, além das Avenidas L2 Norte e Sul.

A Polícia Militar de Minas Gerais e de São Paulo afirmaram que o efetivo será reforçado e haverá o acompanhamento do desenrolar das manifestações, mas não divulgou o número de policiais empenhados e nem a expectativa de manifestantes.
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