Brasília - A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou na noite desta sexta-feira, 6, com uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a sua prisão até o "exaurimento da jurisdição" do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no caso do triplex do Guarujá.
A reclamação é um tipo de processo cujo objetivo é garantir a autoridade de decisões da Suprema Corte perante os demais tribunais. O ministro Edson Fachin foi sorteado para ser o relator do processo - não há previsão de quando o ministro vai analisar o caso.
Ao recorrer ao STF, a defesa de Lula apresentou três pedidos liminares, similares aos que foram feitos e negados nesta sexta-feira pelo ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal Justiça (STJ).
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Entendimento
A defesa de Lula alega que o STF já firmou o entendimento da possibilidade de se executar a prisão depois do acórdão condenatório em 2º grau e "condicionou tal hipótese à inexistência de recursos dotados de efeito suspensivo à disposição do acusado".
Assim como no pedido ao STJ, a defesa sustenta que a prisão não poderia ter sido decretado porque, na visão dos advogados, não houve finalização de análise do caso de Lula no TRF-4. A defesa alega que tribunal de segunda instância ainda não analisou os segundos embargos de declaração que serão opostos.
A reclamação havia sido endereçada inicialmente ao ministro Marco Aurélio Mello, relator das ações que discutem, de maneira ampla, a prisão em segunda instância de forma geral. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, resiste em colocá-las em pauta pelo plenário.
(Amanda Pupo, Rafael Moraes Moura e Teo Cury).