O helicóptero com Lula pousou na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, às 22h30 deste sábado. Ele foi transferido de São Paulo em um monomotor. O político vai ficar em uma sala especial da corporação. O ex-presidente foi condenado a 12 anos e um mês de reclusão na Operação Lava Jato. Ele ficará isolado dos demais presos da operação que investiga desvios bilionários na Petrobras.
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Aliados de Lula desembarcam em CuritibaCela com TV e banho quente espera por LulaLideranças políticas enviam mensagem de apoio a LulaInstituto reforça pedido ao STF para suspender prisão em segunda instânciaPerfil: conheça os principais fatos da vida do ex-presidente LulaA saída de Lula do prédio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC ocorreu após muita negociação de líderes partidários com militantes, que impediram a saída dele na primeira vez que tentou deixar o local. Ele só conseguiu sair do prédio às 18h43, quando, andando, atravessou a multidão de militantes e entrou no galpão onde as viaturas da Polícia Federal estavam estacionadas,.
Em seguida, passou por exame de corpo de delito no serviço médico da Superintendência de São Paulo, no 10ª andar. De lá, partiu em helicóptero do governo estadual ao aeroporto de Congonhas, onde um monomotor da corporação o esperava. Depois, foi levado para Curitiba, onde aterrissou no Aeroporto Afonso Pena às 22h11.
O ex-presidente foi colocado em um helicóptero e levado para a Superintendência da PF. Ele foi acompanhado de dois advogados. Ao sair da aeronave, desceu por uma escada junto com agentes federais, e foi levado para a sala especial onde ficará preso.
A cela
Na cobertura do prédio de quatro andares, no bairro Jardim Santa Cândida, um cômodo que servia de alojamento para policiais de outras cidades, em missão na capital paranaense, foi transformado nos últimos dois meses em cela especial para receber o petista.
Tensão entre manifestantes
A chegada do ex-presidente foi acompanhada por manifestantes favoráveis e contrários e o clima foi de tensão. Foram explodidas bombas de efeito moral para conter a multidão a favor de Lula.
Separados por um espaço de 30 metros, os grupos gritavam palavras de ordem. Apoiadores de Lula se emocionaram, cantaram e gritavam palavras de ordem. Com bandeiras de movimentos sociais, entidades sindicais e de partidos políticos, o grupo usou um sinalizador ao saber que o ex-presidente havia desembarcado na capital paranaense.
Do outro lado, manifestantes contrários ao ex-presidente comemoraram a prisão com fogos de artificio, buzinas e bandeiras do Brasil.
Houve confusão entre os grupos. Segundo relatos, alguns manifestantes atiraram pedras e uma tentativa de derrubada do portão de proteção. Com o tumulto, a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.
Decisão da Justiça
Atendendo a um pedido da prefeitura de Curitiba, o juiz Ernani Mendes Silva Filho deferiu a liminar determinando a saída dos manifestantes das áreas próximas à Superintendência da Polícia Federal.
De acordo com a prefeitura, a aglomeração de pessoas no local poderia causar “transtornos aos moradores da região e grave lesão à ordem e à segurança pública.”
Na decisão, o juiz afirma que “há um justo receio de turbação ou esbulho, o que ficou comprovado através dos noticiários, que registram a prática de confrontos em diversas localidades – em especial na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo -, com pessoas feridas e baleadas, assim como agressões à jornalistas e vandalismos em prédios públicos e particulares – à exemplo do ocorrido no imóvel de propriedade da Presidente do Supremo Tribunal Federal -, o que não se pode admitir no Estado Democrático de Direito.”.