O candidato ao Palácio do Planalto pelo PDT e ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes propôs uma trégua entre diferentes vertentes do pensamento político e econômico no Brasil como o caminho para se superar o conturbado momento pelo qual passa o País.
"Ou o Brasil se reúne com olhares distintos num amplo e generoso debate, ou temo muito pelo horizonte da nossa nação nos próximos tempos e não vamos achar o caminho", apontou. Para o ex-ministro, o País tem perdido muito tempo e energia com a polarização que surgiu a partir do impeachment de Dilma Rousseff (PT). "O Brasil, complexo como é, não cabe na polarização entre coxinhas e mortadelas. Tenho convicção de que, se o Brasil celebrar um grande diálogo, vira esse jogo", declarou o presidenciável.
Leia Mais
Lula pode perder regalias de ex-presidenteA última esperança será amanhã no STFJustiça aceita denúncia e amigos de Temer se tornam réus por organização criminosa Em MG, Ciro diz que não considera eleição sem Lula uma fraude"Precisamos refletir um pouco: o Brasil não cresce, pois está ancorado em níveis ridículos de Formação Bruta de Capital Fixo próprio. No melhor momento, chegamos a 17% do PIB, isso não sustenta crescimento", disse, sinalizando que o Estado deverá atuar, durante seu eventual governo, para incentivar o investimento em maquinário produtivo e reforçar o processo de industrialização.
Reformas macroeconômicas não serão deixadas de lado em seu governo, explicou Ciro. "Nosso partido, o PDT, não tem medo de reforma.
Ciro ainda propôs que seja definido um projeto nacional de desenvolvimento, com metas e objetivos estratégicos claros e bem definidos. "É a lei do menor esforço, quem tem melhor condição de encabeçar e executar um projeto deve ser o escolhido. Parece que temos dificuldades em entender essa dinâmica tão simples no Brasil", disse.
Neste projeto de nação, explicou, também é preciso ter atenção na condução da economia como um todo, o que pode afetar a taxa de câmbio e, por consequência, o poder de compra dos brasileiros. "Se o dólar valoriza e o poder de consumo cai, pode ser o governo que for, vai ter 'fora, Amoêdo' ou 'fora, Meirelles'", pontuou.
O candidato do PDT participa de um debate em Porto Alegre com outros cinco pré-candidatos: Henrique Meirelles (MDB), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Flávio Rocha (PRB) e João Amoêdo (Novo). Jair Bolsonaro, pré-candidato pelo PSL, também foi convidado, mas recusou.
.