A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (12), a operação Rizoma, mais um desdobramento da Lava-Jato no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Distrito Federal. Cento e quarenta policiais cumprem dez mandados de prisão contra acusados de fraudar os fundos de pensão dos Correios e do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). Além dos mandados de prisão, estão sendo cumpridos 21 mandados de busca e apreensão.
Entre os presos está o empresário Arthur Pinheiro Machado, preso em São Paulo. Ele é apontado como operador do MDB e criador da Nova Bolsa. No Rio de Janeiro, os agentes prenderam o economista Marcelo Sereno, que é ligado ao PT. Sereno já foi assessor especial do Ministério da Casa Civil durante o governo Lula, na época que José Dirceu era ministro da Casa Civil.
Também é alvo da operação de hoje o lobista Milton Lyra, citado em operações anteriores como operador de políticos.
A ação, liderada pelo Ministério Público Federal (MPF), investiga suspeitos de participar de um esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propina para gestores dos fundos de pensão dos Correios (Postalis) e do Serpro, empresa pública de tecnologia da informação.
O MPF aponta que valores oriundos dos fundos de pensão eram enviados para empresas no exterior gerenciadas por um operador financeiro brasileiro. As remessas, apesar de aparentemente regulares, referiam-se a operações comerciais e de prestação de serviços inexistentes.
Em seguida, os recursos seriam pulverizados em contas de doleiros também no exterior, que disponibilizavam os valores em espécie no Brasil para suposto pagamento de propina.
Buscas foram feitas também na casa do empresário Milton Lyra, em Brasília. Agentes da PF deixaram a residência com objetos apreendidos. Lyra aparece em várias investigações, com diversas ligações ao MDB no Senado. Também foi citado diversas vezes em delações, como a do ex-diretor de Relações Institucionais da Hypermarcas (hoje Hypera Pharma), Nelson José de Mello e contra ele há vários inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal (STF).
Nome da operação
O nome da operação, Rizoma, faz uma alusão a como a corrupção atinge os diversos setores. Assim como a espécie de caule que se ramifica sob a terra, a investigação mostra como o processo de lavagem de dinheiro se entrelaça entre as empresas investigadas.A chamada Operação Rizoma, que conta também com a participação do Ministério Público Federal, investiga os crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção, por meio de investimentos malsucedidos que geraram prejuízos aos fundos de pensão Postalis, dos Correios, e Serpros, do Serpro.
De acordo com a Polícia Federal (PF), valores oriundos dos fundos de pensão eram enviados para empresas no exterior, gerenciadas por um operador financeiro brasileiro. As remessas, apesar de aparentemente regulares, referiam-se a operações comerciais e de prestação de serviços inexistentes.
Ainda segundo a PF, depois de receber os recursos desviados, o operador financeiro pulverizava o dinheiro em contas de doleiros também no exterior, que disponibilizavam os valores em espécie no Brasil para suposto pagamento de propina.
Segundo a Polícia Federal, o nome da operação, Rizoma, na botânica, refere-se a uma espécie de caule que se ramifica sob a terra, numa referência “ao processo de lavagem de dinheiro e ao entrelaçamento existente entre as empresas investigadas”. (Com agências)