Brasília - O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão desta quinta-feira, 12, manteve a análise da denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) para a próxima terça-feira, 17. A Primeira Turma da Corte decide nesse julgamento se torna réus o senador, sua irmã Andrea Neves, seu primo Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima, ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (MDB-MG) pelo crime de corrupção passiva.
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Para o ministro Marco Aurélio, o pedido não está acompanhado de justificativa relevante. "Consoante consignado nas informações, além do advogado que firmou o requerimento, há mais oito habilitados no processo revelador do habeas corpus em curso perante o STJ", disse.
O ministro ainda afirmou que estão credenciados no processo outros onze representantes de Andrea. "Nada impede que os julgamentos agendados para a data sejam ordenados, no próprio dia, de modo a possibilitar ao profissional, ante a proximidade dos Tribunais, a realização de sustentação oral em ambos", concluiu o relator ao negar o pedido de adiamento.
Caso
Entre as acusações que pesam sobre Aécio, está a gravação na qual o tucano pede R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos donos da J&F, controladora da JBS. Em uma conversa, o tucano aparece pedindo o dinheiro ao empresário sob a justificativa de que precisava pagar despesas com sua defesa na Operação Lava-Jato. A denúncia contra Aécio foi apresentada em 2 de junho de 2017.
Por meio de nota divulgada na terça-feira, 10, quando foi marcado o julgamento, a defesa de Aécio Neves afirmou que o senador "vem demonstrando que ele foi vítima de uma situação forjada, arquitetada por criminosos confessos que, sob a orientação do então procurador Marcelo Miller, buscavam firmar um acordo de delação premiada fantástico".
"As provas revelam que o empréstimo pessoal feito ao senador não envolvia dinheiro público ou, como reconheceu a própria PGR, qualquer contrapartida. Assim, inexiste crime ou ilegalidade na conduta do senador Aécio", afirma o advogado Alberto Zacharias Toron.
(Amanda Pupo e Rafael Moraes Moura).