Evento na Câmara Municipal de Belo Horizonte vai homenagear, na próxima quarta-feira, às 18h, a ex-vereadora do Rio Marielle Franco, assassinada, junto com seu assessor Anderson Gomes, numa emboscada quando saía de evento político. O ato marca um mês da morte da parlamentar, que segue sem solução desde 14 de março.
Leia Mais
Assassino de Marielle teria deixado fragmento de digitalInvestigação do caso Marielle caminha de 'forma positiva', diz procuradorLíder comunitário que trabalhava com vereador ouvido no caso Marielle é assassinado no RioTestemunhas dão novas versões sobre assassinato de Marielle Franco'Quanto tempo mais passa pior o resultado', diz Janot sobre caso MarielleProcuradoria diz que 'nada impede' que Lava Jato em SP investigue AlckminQuatro dias antes de ser executada, Marielle havia denunciado abusos em ações da Polícia Militar em Acari. Uma assessora da parlamentar sobreviveu ao ataque e informou, em depoimento à polícia, que a vereadora não deu indícios de que estava sob ameaças. O crime segue sem esclarecimento.
A vereadora era crítica da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro e havia assumido a função de relatora da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio, criada para acompanhar a atuação das tropas na intervenção.
QUEM ERA
Nascida no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro, em 27 de julho de 1979, Marielle Franco era referência na luta pelos direitos humanos. A mais recente conquista na área foi o mandato de vereadora na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, eleita pelo PSOL.
Com bolsa integral, após ser aluna do Pré-Vestibular Comunitário da Maré, Marielle se graduou em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Durante os estudos na PUC, ela não se envolveu com movimentos estudantis, por conta da pouca disponibilidade de tempo, dividido entre estudos e trabalhos para sustentar a filha Luyara, nascida quando Marielle tinha 19 anos.
Hoje, a jovem tem 18 anos. Com o diploma de socióloga, ela, que já tinha trabalhado como educadora infantil na Creche Albano Rosa, na Maré, se tornou professora e pesquisadora respeitada. Depois virou mestre em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF). A vida da política foi dedicada à militância na defesa dos direitos humanos e contra ações violentas nas favelas.
A luta foi impulsionada após a morte de uma amiga, vítima de bala perdida, durante um tiroteio envolvendo policiais e traficantes de drogas na favela onde nasceu e viveu. Marielle Franco integrou, em 2006, a equipe de campanha que elegeu Marcelo Freixo à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Após a posse dele como deputado, foi nomeada assessora parlamentar dele.