Curitiba - Em seu discurso realizado na noite desta quinta-feira, 12, no ato político do acampamento de militantes em defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Curitiba, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann criticou duramente a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), enviou para a Justiça Eleitoral de São Paulo o inquérito que investiga o ex-governador paulista e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin.
"Teve um caso que mostra a seletividade da Justiça: Alckmin foi acusado de receber R$ 10 milhões de propina da Odebrecht. O STJ falou que era caixa 2 e devolveu para a Justiça Eleitoral. O tratamento é feito com dois pesos e duas medidas. A Justiça protege o PSDB", disse a petista, em seu discurso. O tucano é suspeito de ter recebido doações, via caixa dois, da empreiteira Odebrecht que, somadas, chegariam a R$ 10,7 milhões durante as campanhas eleitorais de 2010 e 2014. Na prática, a decisão do STJ tira o ex-governador da mira da Lava Jato.
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'Difícil de engolir essa', diz Janot sobre Alckmin fora da Lava JatoMinistra do STJ manda para Justiça Eleitoral de SP investigação sobre AlckminPromotor do caso de Alckmin foi assessor de ex-secretário do tucanoProcuradoria diz que 'nada impede' que Lava Jato em SP investigue AlckminA presidente nacional do PT teceu ainda críticas ao juiz Sérgio Moro, dizendo que ele politizou o judiciário e comprou uma briga política. "Hoje sua rejeição é maior que a do Lula", frisou. E argumentou que o ex-presidente, detido desde sábado, 7, em uma sala da Polícia Federal de Curitiba, "está praticamente em regime de solitária". Ela disse ainda entender que os vizinhos do prédio onde Lula está encarcerado estejam chateados. "Não é fácil ter barraca na frente de casa. Eu particularmente não acharia nada agradável. Mas trouxeram o Lula para cá e nós viemos."
O ato em Curitiba reuniu cerca de 100 pessoas.
Nesta quinta-feira, o ex-presidente recebeu pela primeira vez a visita de seus familiares. Eles deixaram a PF de Curitiba por volta das 17h e saíram rapidamente, sem dar entrevistas e não visitaram o acampamento.
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