Brasília, 13 - O ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT) afirmou nesta sexta-feira, 13, pelo Twitter, que o partido não deve "fechar espaço" para conservadores. "Nosso coração é vermelho, mas aqui cabem conservadores que prezem pela democracia, brasileiros que queiram o Estado Democrático de Direito", escreveu.
Esta semana, Wagner considerou pela primeira vez um cenário sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição, admitindo a possibilidade de o PT lançar outro candidato ou apoiar um nome de outro partido. O ex-governador baiano disse, na última quarta-feira, que é natural a população querer experimentar "outra coisa", citando as pré-candidaturas de Guilherme Boulos (PSOL), Manuela d'Ávila (PCdoB) e Ciro Gomes (PDT).
Hoje, ele pediu para não ser mais procurado para responder sobre um eventual plano B do PT à candidatura de Lula. "Não me procurem mais pra perguntar sobre plano A, B ou C. Eu só tinha um plano, o plano L. E agora meu plano são dois Ls: Lula Livre! Viva Lula!"
Wagner também criticou a condenação do ex-presidente Lula a 12 anos e um mês de prisão. Para ele, o País passa por um período de "autoritarismo talvez mais violento" do que o vivido durante a ditadura militar. "Ao menos, o golpe militar teve a coragem de colocar a cara, rasgou a Constituição e tivemos o Estado de exceção pleno."
Wagner afirmou ainda que atualmente "nós temos um Estado de exceção hipócrita, cínico e covarde". Ele fez referência ao impeachment "sem provas" da ex-presidente Dilma Rousseff e classificou a condenação de Lula como uma "farsa".
"Se alguém tem a petulância de escrever uma peça no Ministério Público dizendo que não tem provas, mas tem convicção de que Lula é culpado, é porque estamos vivendo a Justiça subjetiva, que é própria de Estados autoritários."
Ele declarou ainda que o que estão fazendo com Lula, preso na superintendência da Polícia Federal de Curitiba há cerca de uma semana, é "um crime". "Me apontem um único jurista internacional de renome que endosse essa condenação. Não existe. Não existe um único jurista responsável que defenda esse processo absurdo", criticou.
(Julia Lindner)