A janela partidária de um mês para definir as legendas pelas quais os parlamentares vão concorrer à Câmara dos Deputados ou Assembleia em outubro gerou 20 trocas entre os que ocupam cadeiras nas duas casas legislativas por Minas Gerais, mas pouco mudou na divisão das forças políticas de governo e oposição no estado. A lista com as filiações válidas para as eleições foi entregue na sexta-feira pelos partidos à Justiça Eleitoral e os números totais entram no sistema de estatísticas nesta semana.
No saldo total, o Podemos (antigo PTN) foi o que ganhou mais corpo, com a filiação de três deputados estaduais e dois federais em Minas. Depois dele, o DEM teve desempenho melhor, com o acréscimo de uma cadeira na Assembleia e três na Câmara (onde também teve uma baixa, mantendo portanto um saldo de duas vagas adicionais).
O cálculo dos parlamentares para mudar de partido levou em conta alguns fatores práticos. Eles consideraram as possibilidades de candidaturas majoritárias e formação de chapas proporcionais, ou seja, onde é preciso conseguir mais ou menos votos para ser eleito.
Também se levou em conta qual partido lhe proporcionaria mais recursos para as campanhas. A permissão de troca de legenda no período de um mês para quem está no fim de mandato foi concedida pela minirreforma eleitoral de 2015.
Entre os maiores partidos, o PSDB do senador Antonio Anastasia, pré-candidato ao governo do estado, perdeu um deputado federal. O PT, do governador Fernando Pimentel, candidato à reeleição, não teve nenhuma mudança entre os parlamentares.
O DEM, além de ganhar o deputado federal Rodrigo Pacheco, que teve o nome lançado pela legenda para concorrer ao Palácio da Liberdade, ganhou um deputado estadual e dois federais. Pacheco, aliás, foi a única baixa na bancada do MDB, que continua sendo a maior da Assembleia. Já a legenda do ex-prefeito e também pré-candidato a governador Marcio Lacerda, o PSB, perdeu duas cadeiras em Brasília.
MAIORES BANCADAS
No Legislativo estadual, as bancadas do MDB, PT e PSDB seguem sendo as maiores, respectivamente com 13, nove e oito deputados cada. A novidade na Assembleia foi que o Podemos, que não tinha nenhuma vaga, passou a ter três cadeiras, ocupadas por Dirceu Ribeiro, Neilando Pimenta e Rosângela Reis. O PSD e o PDT tiveram a maior debandada, com duas desfiliações cada.
O PDT, no entanto, recuperou uma delas, por ter passado a abrigar o deputado Fábio Cherem, vindo justamente do PSD. Já o PHS, partido do prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil, ficou sem representação com a saída de Dirceu Ribeiro, único parlamentar da legenda.
Na Câmara dos Deputados, 10 dos 53 deputados federais mineiros mudaram de partido, engrossando um total de 85 mudanças na Casa durante a janela partidária. Na configuração geral das bancadas, o MDB perdeu sete parlamentares, ficando com 53 vagas e caindo ao posto de segunda maior, ficando atrás do PT, com 60 cadeiras.
Com as trocas na bancada mineira, Bilac Pinto, Bonifácio Andrada e Rodrigo Pacheco passam a integrar o DEM; Dâminas Pereira e Laudívio Carvalho, o Podemos; e Tenente Lúcio e Lincoln Portela, o PR. Houve ainda as filiações de George Hilton no PSC, Marcelo Álvaro Antônio no PSL e Misael Varella no PSD.
Quem migrou
Na Assembleia Legislativa
Arlete Magalhães – do PV para o PSDC
Arnaldo Silva – do PR para o DEM
Dirceu Ribeiro – do PHS para o Podemos
Neilando Pimenta – do PP para o Podemos
Rosângela Reis – do PROS para o Podemos
Elismar Prado – do PDT para o PROS
Fábio Cherem – do PSD para o PDT
Lafayette Andrada – do PSD para o PRB
Léo Portela – do PRB para o PR
Sargento Rodrigues – do PDT para o PTB
Na Câmara dos Deputados
Bilac Pinto – do PR para o DEM
Bonifácio de Andrada – do PSDB para o DEM
Rodrigo Pacheco – do MDB para o DEM
Dâmina Pereira – do PSL para o Podemos
Laudívio Carvalho – do SD para o Podemos
George Hilton – do PSB para o PSC
Tenente Lúcio – do PSB para o PR
Lincoln Portela – do PRB para o PR
Marcelo Álvaro Antonio – do PR para o PSL
Misael Varella – do DEM para o PSD