A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) analisa nesta terça-feira, 17, a liminar do ministro Dias Toffoli que afastou a inelegibilidade de Demóstenes Torres (PTB) e abriu caminho para que ele concorra nas próximas eleições.
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Demora do STF sobre caso Demóstenes pode trazer prejuízo às eleições, diz RaquelRaquel diz que liminar favorável a Demóstenes não tem 'qualquer amparo legal'PGR pede anulação de liminar a favor de candidatura de Demóstenes Torres2ª turma do STF abre caminho para candidatura de Demóstenes nas próximas eleiçõesDemóstenes foi afastado do cargo cautelarmente pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) em outubro de 2012, após a abertura de processo administrativo.
Ele foi cassado pelo Senado em julho daquele ano por quebra de decoro parlamentar, sob acusação de envolvimento com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que foi denunciado por exploração de jogos ilegais e corrupção.
Em dezembro do ano passado, a Segunda Turma do STF anulou a decisão do CNMP, que determinou a abertura de processo administrativo disciplinar contra Demóstenes e o afastou do cargo de procurador.
Naquele julgamento, os ministros entenderam que o processo administrativo disciplinar contra Demóstenes foi baseado em interceptações telefônicas no âmbito das operações Vegas e Montecarlo, que haviam sido declaradas nulas pelo mesmo colegiado em 2016. Dessa forma, o processo administrativo também deveria ser anulado.
Demóstenes alegou ao STF que, mesmo com o procedimento administrativo do CNMP e as provas das operações declaradas nulas, ainda persistiram os efeitos da decisão do Senado Federal que decretou a perda de seu mandato e, consequentemente, a sua inelegibilidade.
Quanto ao retorno ao cargo de senador, Toffoli destacou não haver "plausibilidade jurídica" para que Demóstenes reassuma o mandato e ressaltou existir jurisprudência reiterada no STF sobre a "independência entre as instâncias para afirmar a legitimidade da instauração do processo pelo Senado Federal". Portanto, o pedido de Demóstenes foi parcialmente atendido.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou na última quinta-feira, 12, uma manifestação ao Supremo em que pediu prioridade pela Segunda Turma da Corte no julgamento do caso. Além de Toffoli, compõem o colegiado os ministros Edson Fachin, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.
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