Brasília, 16 - Na véspera do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode tornar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) réu no caso da JBS, o tucano convocou coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira, 16. A conversa com jornalistas ocorrerá no gabinete do parlamentar no Senado, às 17h15.
A primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Marco Aurélio Mello, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso, julga amanhã se recebe a denúncia oferecida pela Procuradoria-geral da República (PGR) contra o senador pelos supostos crimes de corrupção passiva e obstrução de Justiça, instaurado em maio de 2017, com base na delação da JBS.
Ele foi denunciado após aparecer em gravação do dono da JBS, Joesley Batista, pedindo R$ 2 milhões, que a PGR sustenta ser propina e o senador nega, alegando que o dinheiro foi resultado da venda de um imóvel.
Hoje, em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, Aécio alegou ser inocente e disse que no País todos os políticos são considerados, de antemão, culpados. "Fui ingênuo, cometi erros e me penitencio diariamente por eles, mas não cometi nenhuma ilegalidade", escreveu Aécio.
Ele reafirmou que, para conseguir bancar sua defesa em outras investigações, sua mãe colocou um apartamento à venda em 2017. Sua irmã, então, ofereceu o imóvel a alguns empresários, incluindo Joesley Batista. O senador mineiro diz que a PF recuperou um telefonema, não citado pelo delator, em que fica claro o objetivo do contato feito, que era a venda do imóvel. E diz estar arrependido de ter usado, "numa conversa criminosamente gravada e induzida por Joesley", vocabulário inadequado e fazer "brincadeiras injustificáveis e de mau gosto".
(Julia Lindner)