Folhas verdes e pétalas de flores jogadas no chão, velas e perfumes. A Câmara Municipal de Belo Horizonte se transformou em ato para homenagear a ex-vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio, no mês passado. Com caráter ecumênico, político e cultural, o evento clamou por justiça e reforçou a luta das mulheres, especialmente as negras.
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Não interessa qualquer resultado, mas a verdade, diz viúva de MarielleJungmann: 'Principal hipótese' para assassinato de Marielle é atuação de milíciasFamília de Marielle terá encontro com a polícia; crime completa um mês'Quem matou e quem mandou matar Marielle?'Assessora que acompanhava Marielle e Anderson em carro deixou PaísSuspeito da morte de Marielle Franco é transferido para presídio federalEm greve de fome, ex-PM ligado a caso Marielle quer transferência de presídioMãe de Marielle diz "não acreditar" em participação de vereador na morte da filhaO evento contou a presença do pré-candidato à presidência da República, Guilherme Boulos (Psol), líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, que, na segunda-feira, participou da invasão ao triplex do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Acho importante prestar essa homenagem à Marielle e aproveitei para cumprir alguns compromisso da pré-campanha”, afirmou Boulos.
A principal linha de investigação da Polícia, que ainda não encontrou os assassinos da vereadora e de seu motorista, Anderson Gomes, caminha para o envolvimento de milícias no crime. Quatro dias antes de ser executada, Marielle havia denunciado abusos em ações da Polícia Militar em Acari. Uma assessora da parlamentar sobreviveu ao ataque e informou, em depoimento à polícia, que a vereadora não deu indícios de que estava sob ameaças. O crime segue sem esclarecimento.
A vereadora era crítica da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro e havia assumido a função de relatora da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio, criada para acompanhar a atuação das tropas na intervenção.
#Marielle Franco
Nascida no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro, em 27 de julho de 1979, Marielle Franco era referência na luta pelos direitos humanos. A mais recente conquista na área foi o mandato de vereadora na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, eleita pelo PSOL. Com bolsa integral, após ser aluna do Pré-Vestibular Comunitário da Maré, Marielle se graduou em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).Durante os estudos na PUC, ela não se envolveu com movimentos estudantis, por conta da pouca disponibilidade de tempo, dividido entre estudos e trabalhos para sustentar a filha Luyara, nascida quando Marielle tinha 19 anos. Hoje, a jovem tem 18 anos.
Depois virou mestre em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF). A vida da política foi dedicada à militância na defesa dos direitos humanos e contra ações violentas nas favelas. A luta foi impulsionada após a morte de uma amiga, vítima de bala perdida, durante um tiroteio envolvendo policiais e traficantes de drogas na favela onde nasceu e viveu.
Marielle Franco integrou, em 2006, a equipe de campanha que elegeu Marcelo Freixo à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Após a posse dele como deputado, foi nomeada assessora parlamentar dele. Depois assumiu a coordenação da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da assembleia. Há dois anos, na primeira disputa eleitoral, foi eleita com 46.502 votos para o cargo de vereadora na capital carioca, a quinta mais votada na cidade. .