São Paulo – Com a impossibilidade de visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na prisão, parlamentares aliados se revezam para ir a Curitiba e evitar que a “vigília” em apoio ao petista se esvazie. Além disso, o PT organiza programações culturais para tentar manter as atividades diárias em frente ao prédio da Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense, onde o ex-presidente cumpre pena desde o último dia 7. Nessa sexta-feira, o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o ex-ministro Aloísio Mercadante estiveram no local durante a manhã. Os discursos dos petistas insistem na manutenção da pré-candidatura de Lula à Presidência da República mesmo preso, e defendem a liberdade do ex-presidente, condenado na Operação Lava-Jato.
“A hora agora é de resistência, eles acham que vão nos ganhar no cansaço, criam todo tipo de dificuldade, mas esse acampamento aqui é uma semente da resistência”, afirmou Pimenta, em discurso para os apoiadores. Nas redes sociais, o PT divulga vídeos insistindo que a vigília seja mantida enquanto Lula estiver preso. “Nós só saímos da rua com o Lula junto conosco. Liberem o Lula que vamos embora”, disse Pimenta. “Lutar pela liberdade de Lula é fundamental, toda militância nossa tem que estar aqui”, declarou Mercadante.
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Leonardo Boff é impedido de visitar LulaEm vídeo à rede Al Jazeera, Gleisi pede apoio por liberdade de LulaPolícia Civil investiga furto de passaporte e objetos de Lula em CuritibaManifestantes pró-Lula mudam local de acampamento, mas mantêm protestosParlamentares petistas cobram gastos de viagens para atos pró-LulaVisitas O ex-presidente, a princípio, só está autorizado a receber visitas de advogados no dia a dia e de familiares em dias determinados, assim como os outros detentos. Aliados alegam que Lula merece um tratamento diferenciado porque seria um “preso político”. A juíza da Vara de Execuções Penais, Carolina Moura Lebbos, tem negado que outras pessoas entrem na sala especial onde o petista está preso. Na terça-feira, 11 senadores da Comissão de Direitos Humanos do Senado – todos aliados ao petista – visitaram Lula após informar à juíza que fariam uma “vistoria” no local. A magistrada autorizou a inspeção. Na Câmara, uma comissão externa da Casa anunciou que outra vistoria será feita na próxima terça-feira. Ainda não houve manifestação judicial sobre o ato. A Comissão de Direitos Humanos e Minorias também aprovou uma visita ampla ao ex-presidente, ainda sem data agendada. A juíza Carolina Lebbos já disse que não há nenhuma notificação de violação aos direitos humanos que justifique nova inspeção no local onde o petista cumpre a pena.
Na quinta-feira, o ativista argentino Adolfo Pérez Esquivel, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1980, e o teólogo Leonardo Boff, amigo do ex-presidente, também tentaram visitá-lo, mas foram barrados no prédio da Polícia Federal. O PT publicou fotos de Boff, que tem 79 anos, sentado em uma cadeira de plástico aguardando autorização em frente à guarita da Superintendência da PF. A juíza Carolina Lebbos não permitiu a visita.
HOMENAGEM Após a estudante Gleiciane Damasceno da Silva vencer o reality show Big brother Brasil, da TV Globo, e ter gritado “Lula livre” durante comemoração ao vivo na emissora na noite de quinta-feira, as páginas oficiais do ex-presidente Lula publicaram uma foto do petista com Gleici. O episódio com a estudante também foi usado por outros petistas nas redes sociais para declarar apoio ao ex-presidente. Gleiciane, de 22 anos, é filiada ao PT no Acre, como consta na relação de filiação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nas redes sociais, circulam fotos da campeã do reality show com os ex-presidentes Lula e Dilma. No perfil de Gleiciane no Instagram, é possível visualizar publicações em que ela se declara feminista, militante de movimento negro e contrária ao presidente Michel Temer. Uma das postagens exibe uma foto com a hashtag “Fora, Temer”.
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