A principal linha da defesa do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) adotada no julgamento desta terça-feira no Tribunal de Justiça de Minas Gerais é de que não houve crimes de peculato. "Todos os dirigentes eximem o governador de qualquer responsabilidade. Não aparece o governador em nenhum momento", afirma o advogado do ex-governador, Castellar Modesto Guimarães Fillho.
Ele cita o ex-secretário de Comunicação de Azeredo Eduardo Guedes e o agora secretário de Estado da Fazenda, José Afonso Bicalho, então presidente do Bemge, também condenados. "E, se não há o que se falar em peculato, cai por terra o crime precedente de lavagem de dinheiro", afirmou.
O ex-governador é acusado de ter desviado R$ 3,5 milhões em recursos de três estatais mineiras para sua campanha à reeleição em 1998. Ele teve a condenação confirmada pela 5ª Câmara Criminal do TJ em agosto de 2017. Na ocasião, com dois votos pela condenação e um pela absolvição, os desembargadores reduziram em nove meses a pena da primeira instância.
O defensor fez questão de ressaltar que, caso haja a confirmação do pagamento, que não se faça cumprir imediatamente a ordem de prisão. "Tem se falado na imprensa que a prisão possa ocorrer nas últimas horas. Essa questão é de ausência absurda de necessidade", disse.
Antes da defesa, o procurador de Justiça Antônio de Padova Marchi Júnior pediu aos desembargadores a confirmação da condenação de Azeredo pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. "Sua campanha funcionou como um laboratório de um esquema de corrupção que se alastrou no meio político", afirmou.