O placar final do julgamento do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) na tarde desta terça-feira, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), ficou em três votos favoráveis à manutenção da condenação e dois contrários. Com isso, formou-se maioria no entendimento da 5ª Câmara Criminal contra o ex-governador.
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Defesa diz que dirigentes eximem Azeredo de 'qualquer responsabilidade' Procurador cita decisão sobre prisão de Lula e pede confirmação da condenação de AzeredoManifestantes pedem prisão de Azeredo em frente ao TJMGTJMG julga hoje último recurso do ex-governador Eduardo AzeredoAzeredo ganha mais tempo para recorrer de condenação no mensalão mineiroAzeredo diz que placar apertado abre margem para ser inocentado no STJTribunal de Justiça de Minas confirma condenação de Azeredo Por que Eduardo Azeredo ainda não será preso? EntendaJá os desembargadores Alexandre Victor de Carvalho e Eduardo Machado votaram contrário ao relator e acolheram o recurso da defesa.
O ex-governador tucano é acusado de ter desviado R$ 3,5 milhões em recursos de três estatais mineiras para sua campanha à reeleição em 1998. Azeredo teve a condenação confirmada pela 5ª Câmara Criminal do TJ em agosto de 2017.
Na ocasião, com dois votos pela condenação e um pela absolvição, os desembargadores reduziram em nove meses a pena da primeira instância.
No julgamento desta tarde, o procurador de Justiça Antônio de Padova Marchi Júnior pediu aos desembargadores a confirmação da condenação de Azeredo nos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
Prisão
Sobre a prisão de Azeredo, a defesa considera que ainda cabe recurso no processo em segunda instância, o chamado embargo declaratório. Na sustentação oral, o advogado Castellar Modesto de Carvalho Filho destacou que, no caso confirmação da condenação, o tribunal deveria esperar todos os recursos em segunda instância.
Defesa
A tese adotada pela defesa do tucano é de que não houve crimes de peculato. "Todos os dirigentes eximem o governador de qualquer responsabilidade. Não aparece o governador em nenhum momento", afirma o advogado de Azeredo, Castellar Modesto Guimarães Filho.
O advogado cita o ex-secretário de comunicação de Azeredo, Eduardo Guedes, e o agora secretário de Estado da Fazenda, José Afonso Bicalho, então presidente do Bemge, também condenados. "E, se não há o que se falar em peculato, cai por terra o crime precedente de lavagem de dinheiro", afirmou.
Esquema
O mensalão mineiro, de acordo com denúncia do Ministério Público em 2007, foi o desvio de recursos de estatais mineiras, como a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), a Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig) e o, hoje extinto, Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge), para a campanha de Azeredo pela reeleição em 1998, quando foi derrotado pelo ex-presidente da República, Itamar Franco, à época no PMDB..