A 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais manteve nesta terça-feira a condenação do ex-governador Eduardo Azeredo pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro durante o período em que era chefe do Executivo mineiro.
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Maioria do TJ vota pela manutenção da condenação de AzeredoDefesa diz que dirigentes eximem Azeredo de 'qualquer responsabilidade' Procurador cita decisão sobre prisão de Lula e pede confirmação da condenação de AzeredoAzeredo ganha mais tempo para recorrer de condenação no mensalão mineiroTJ de Minas publica decisão que manteve condenação de Eduardo AzeredoAzeredo diz que placar apertado abre margem para ser inocentado no STJTribunal de Justiça de Minas confirma condenação de AzeredoO relator do processo Júlio César Lorens destacou que a prisão pode ocorrer somente depois que a sentença transitar em julgado na segunda instância. A defesa ainda pode apresentar um recurso, o embargo declaratório, no prazo de dois dias.
De acordo com o advogado de Azeredo, Castellar Modesto Guimarães Filho, a defesa vai recorrer. Também já entrou com pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
No pedido de habeas corpus, a defesa aponta que a condenação tem vício de nulidade, que levaria o processo de volta à primeira instância. "O habeas corpus aponta essa nulidade. Acredito piamente que o STJ vai entender e será necessário voltar à primeira instância para corrigir essa decisão", afirmou Castellar.
A contestação, segundo o advogado, diz respeito ao número de crimes de peculado, que inicialmente, foram considerados sete e depois delimitados a três.
O procurador de Justiça Antônio de Padova reconheceu que a vitória foi apertada em favor do Ministério Público e, por isso, torna a prisão em segunda instância desconfortável. Apesar da declaração, o procurador reitera que o pedido do MP é pela prisão de Azeredo.
"O MP fica até constrangido com um julgamento tão apertado. Mas tem o outro lado de que o processo se arrastou por 20 anos. A sociedade tem que debater isso melhor", disse.
O ex-governador tucano é acusado de ter desviado R$ 3,5 milhões em recursos de três estatais mineiras para sua campanha à reeleição em 1998. Azeredo teve a condenação confirmada pela 5ª Câmara Criminal do TJ em agosto de 2017. Na ocasião, com dois votos pela condenação e um pela absolvição, os desembargadores reduziram em nove meses a pena da primeira instância.
No julgamento desta tarde, o procurador de Justiça Antônio de Padova Marchi Júnior pediu aos desembargadores a confirmação da condenação de Azeredo nos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. "Sua campanha funcionou como um laboratório de um esquema de corrupção que se alastrou no meio político",
A tese adotada pela defesa do tucano é de que não houve crimes de peculato. "Todos os dirigentes eximem o governador de qualquer responsabilidade.
O advogado cita o ex-secretário de comunicação de Azeredo, Eduardo Guedes, e o agora secretário de Estado da Fazenda, José Afonso Bicalho, então presidente do Bemge, também condenados. "E, se não há o que se falar em peculato, cai por terra o crime precedente de lavagem de dinheiro", afirmou..