Brasília, 25 - O governador de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira (MDB), disse nesta quarta-feira, 25, após encontro com o presidente Michel Temer, que o quadro político "está tão bagunçado no Brasil, que não há uma opinião consistente do que vai acontecer". "O presidente não manifestou comigo hoje a intenção de ser candidato, foi um assunto que nós não comentamos", afirmou.
Pinho Moreira disse ainda que não tem convicção sobre qual o melhor caminho para Temer. "Inclusive para a sua tranquilidade pessoal. Agora, defender as conquistas do governo, com certeza, alguém vai ter que fazer", destacou.
Conforme mostrou a Coluna do Estadão, emedebistas que estiveram com o presidente nos últimos dias perceberam que ele parou de falar em reeleição. Se antes ele sempre perguntava a quem chegava ao seu gabinete sobre sua intenção de entrar na disputa, hoje não faz mais a consulta. O presidente do MDB, Romero Jucá, também deixou de citar Temer e tem indicado que o candidato da sigla será Henrique Meirelles. A posição do presidente, contudo, é estratégica. Ele percebeu que é melhor mergulhar a se expor e virar alvo preferencial dos investigadores e adversários.
O governador de Santa Catarina, inclusive, citou o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles e disse que ele esteve ontem no Estado mostrando as ações do governo, mas evitou cravar que o ex-ministro é o candidato mais viável. "A economia está reagindo, isso é fruto e obra do ministro Meirelles e do presidente da República, acho que isso tem que ser considerado. Agora, o processo é muito complexo hoje em dia, muitas denúncias que surgem a cada momento, tudo isso complica a vida dos possíveis candidatos", destacou.
Segundo o governador, na conversa com Temer também foi tratado de financiamentos já autorizados para obras no Estado. "O financiamento já autorizado pela Secretaria do Tesouro Nacional já está em fase de captação junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de R$ 723 milhões para obras de infraestrutura e ações na área de segurança pública em Santa Catarina", explicou.
O governador falou ainda que iria ao Ministério da Integração para tratar de recursos por causa das chuvas. "Tivemos chuvas importantes em nosso Estado nesse verão e algumas rodovias estaduais, notadamente a Serra do Rio do Rastro, que é uma das estradas mais bonitas do mundo, que está com risco de deslizamento de rochas. Então os recursos, em torno de R$ 20 milhões, estão no Ministério da Integração, junto à Secretaria de Defesa Civil Nacional. Estou indo no ministério agora", disse, no Palácio do Planalto.
Agenda
O presidente começou o dia com uma conversa, ainda no Palácio do Jaburu, com o presidente do Senado, Eunício Oliveira. Depois, já no Planalto, recebeu o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e Gustavo Rocha, ministro dos Direitos Humanos e subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil.
Às 11h30, o presidente recebeu o deputado Sergio Souza (MDB-PR) e Orlando Pessuti, diretor-presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul. Ao meio-dia, teve encontro com Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Até o momento, a agenda do presidente tem apenas mais um compromisso oficial, às 16h, quando ele participa de cerimônia de apresentação de cartas credenciais.
(Carla Araújo)