Jornal Estado de Minas

Pimentel e Adalclever almoçam juntos em Uberaba


Um dia depois de ver a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa acolher pedido de abertura de processo de impeachment contra si, o governador Fernando Pimentel (PT) apareceu em público, nesta sexta-feira, ao lado do presidente da Casa, Adalclever Lopes (MDB).


Ambos participaram de lançamento da safra do açúcar e álcool de Minas Gerais, em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Almoçaram juntos, conversaram amistosamente e retornaram para Belo Horizonte na tarde desta sexta-feira.

Mais cedo, ao participar de solenidade em que anunciou uma linha de crédito para os produtores rurais, Pimentel chamou de “incidente” o fato de Adalclever, que é da base do governo, ter dado seguimento ao pedido de impeachment apresentado pelo advogado Mariel Marra.

O presidente do Legislativo comentou que a discussão é “natural” e que acatou o pedido como “vários outros”. O emedebista ressaltou ainda que o caso será discutido em comissão especial e não significa que Pimentel será afastado. Questionado sobre como vai votar no caso, limitou-se a dizer que “presidente não vota”.

O acolhimento do pedido de impeachment foi lido no plenário da Assembleia na quinta-feira, em sessão presidida pelo deputado Laffayette Andrada (PRB), primeiro vice-presidente da Casa.
Adalclever estava em viagem a Brasília.

Os governistas argumentam que a abertura do processo de impeachment é uma retaliação política, motivada por dois fatores: em primeiro lugar, a possibilidade de a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ser candidata ao Senado pelo PT. A expectativa de Adalclever Lopes é que ele fosse o candidato a senador na chapa envolvendo o PT e o MDB.

Outra polêmica envolve a disputa por uma cadeira de conselheiro no Tribunal de Contas. Com a morte de Adrienne Andrade no último dia 16, foi aberta uma vaga de livre nomeação do governador Fernando Pimentel. Nos bastidores já há uma disputa entre os deputados por essa indicação.

Há ainda um descontentamento dos deputados com a falta de repasses de verbas das chamadas emendas parlamentares.
Em ano eleitora, eles precisam conquistar o eleitorado, e a falta de dinheiro para obras é motivo de de cobrança.

O pedido de impeachment de Pimentel foi apresentado na Assembleia Legislativa pelo advogado Marley Marra, e tem como justificativa o atraso no repasse de verbas para o Judiciário, o Legislativo e as prefeituras mineiras. .