Jornal Estado de Minas

MDB de Minas terá candidato próprio ao governo de Minas e poderá entregar cargos a Pimentel

 

O MDB mineiro aprovou nesta terça-feira a candidatura própria a governador e senador nas eleições de outubro deste ano. O placar ficou em 353 sim, 12 não e um voto em branco. Nas prévias realizadas na manhã desta terça-feira em Belo Horizonte, foram definidos como pré-candidatos ao Palácio da Liberdade o vice-governador Antônio Andrade, o presidente da Assembleia Legislativa Adalclever Lopes e o deputado federal Leonardo Quintão.


A decisão sela o rompimento na aliança enter o MDB e o PT em Minas Gerais e com o governo de Fernando Pimentel (PT). Logo após o evento, Antônio Andrade defendeu que os filiados deixem os cargos atualmente ocupados no governo. Ele disse ainda que não vai renunciar ao cargo porque "foi eleito democraticamente".

Não se sabe quantos cargos o MDB tem no governo Pimentel, mas filiados à legenda comandam quatro secretarias: Saúde, Agricultura, Cultura e Cidades e Integração Regional.

Segundo Antônio Andrade, qualquer infidelidade no período eleitoral poderá ser penalizada até mesmo com a expulsão da legenda.

A realização de prévias está prevista no artigo 109 do Estatuto do MDB e o resultado será proclamado na convenção partidária – quando são escolhidos os candidatos em uma eleição.

Com a votação de hoje, o MDB só estaria desobrigado de lançar um candidato próprio caso não apareçam nomes interessados em disputar a vaga.


Em discurso para os participantes do encontro partidário, o vice-governador fez questão de dizer que foi “expulso” do governo e nos próximos dias vai transferir seu gabinete para a sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

“Não podemos comungar com o que está aí hoje. No nosso governo os prefeitos não terão os recursos retidos, o funcionalismo não receberá o salário parcelado. Tudo isso me deixou a reboque do atual governo”, discursou Antônio Andrade.

Conversas


De uma ala mais radical dentro do MDB, Antônio Andrade rechaçou qualquer possibilidade aliança com o PT nestas eleições – mesmo que a cabeça de chapa fique com seu partido.

“Se eu for o candidato, eu não quero o PT como vice e nem o apoio do PT”, afirmou. Nos próximos dias o MDB começará conversas com outros partidos em busca de apoio.

Entre os 13 deputados estaduais e cinco federais, apenas quatro compareceram ao evento realizado em Belo Horizonte.
Para Antônio Andrade, a baixa representatividade parlamentar na votação se deveu a compromissos assumidos anteriormente, além do feriado do Dia do Trabalhador.

Nem mesmo Adalclever Lopes – pré-candidato e até então defensor da aliança com o PT – esteve presente. Andrade afirmou, no entanto, que eles conversaram ao telefone e o colega de partido explicou as razões da ausência. .