Brasília - O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), afirmou nesta quarta-feira, 2, que o ex-ministro Jaques Wagner não expressou posição oficial do partido ao admitir na terça-feira que a legenda pode indicar o candidato a vice na chapa do ex-ministro Ciro Gomes (PDT). Pimenta insistiu no discurso de que a sigla manterá a candidatura do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e antecipará sua convenção nacional para lançar o nome do petista ao Planalto.
"Temos maior respeito pelos demais partidos, por outros nomes, mas não há, na nossa estratégia eleitoral, qualquer possibilidade de termos candidato que não seja nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Manifestações de apreço por demais candidatos, são absolutamente naturais", afirmou o parlamentar gaúcho. "Acho que o ministro Jaques Wagner foi generoso na sua manifestação, mas não expressa posição oficial do partido", emendou.
Durante ato das centrais sindicais em Curitiba nesta terça-feira, 1º de maio, tanto Wagner quanto o ex-prefeito Fernando Haddad defenderam diálogo do PT com outros partidos de esquerda para disputa presidencial.
Os dois são considerados "plano B" de Lula. Questionado por jornalistas, o ex-ministro baiano defendeu manter candidatura do ex-presidente este ano, mas confirmou que o partido poderá apoiar Ciro.
"Pode. Sou suspeito nesta matéria, porque sempre defendi que após 16 anos estava na hora de ceder a precedência. Sempre achei isso. Não conheço na democracia ninguém que fica 30 anos (no poder). Em geral fica 12, 16, 20 anos. Defendi isso quando o Eduardo Campos ainda era vivo. Estou à vontade neste território", respondeu Wagner, que também é ex-governador da Bahia.
O ex-ministro defendeu as articulações feitas por Haddad, que já se reuniu duas vezes com Ciro neste ano. "O Haddad teve uma conversa sobre a economia brasileira e acharam que era sobre política eleitoral no estrito senso. Esse é o caminho."
Nesta linha, Wagner disse que o PT deve estar aberto para conversar com todas as forças do campo progressista, inclusive do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que ganhou projeção na esteira da condenação de petistas no julgamento do mensalão.