Os ministros Supremo Tribunal Federal (STF) retomaram, na tarde desta quarta-feira, o julgamento sobre restrição do foro privilegiado, paralisado desde novembro devido a um pedido de vista do ministro Dias Toffoli, que, na ocasião, declarou aguardar a movimentação na Câmara dos Deputados, que à ocasião, analisava Proposta de Emenda Constitucional nesse sentido.
Quando Dias Toffoli pediu vista do processo, já havia maioria para restringir o foro privilegiado.
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Barroso diz que Supremo discute extensão do foro para crimes antes do mandatoMoraes diz que julgamento de foro 'não altera imunidade de parlamentares'Supremo retoma sessão sobre restrição do foro privilegiadoO ministro Dias Toffoli apresentou o caso analisado - do prefeito cassado de Cabo Frio (RJ) Marquinhos Mendes (PMDB). Desde 2008, o processo, relacionado à compra de votos em campanha eleitoral no município, já tramitou por diversas instâncias cada vez que o político mudou de cargo.
Depois de considerar crucial ter em mente o desenvolvimento do foro por prerrogativa de função, avaliando como ele evoluiu no país até chegar ao cenário atual, Dias Toffolli apresenta o seu voto, dividido em capítulos. Neste momento, Toffolli apresenta o seu voto.
Citando a obra de Vítor Nunes Leal, Coronelismo, Enxada e Voto, de 1949, o ministro Dias Toffoli considerou que a expansão do foro no Brasil decorreu do fato de as oligarquias terem maior influência sobre os magistrados de primeiro grau, em comparação a juízes de instâncias superiores.
Para Dias Toffoli numa federação que chamou de complexa e desigual, quem deve julgar as autoridades máximas do país não deve ser o poder local, nem as elites policiais, ministeriais e judiciárias locais.
Segundo ele, quem detém a prerrogativa de foro tem diminuídas o número de instâncias recursais, e o julgamento acaba sendo mais célere - no caso do Supremo, ocorrendo em única instância.