A análise do pedido de impeachment do governador Fernando Pimentel (PT) foi suspensa na tarde desta quarta-feira (2) pela Mesa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A interrupção ocorreu por causa de duas questões de ordem apresentadas pelos representantes da base governista em plenário. A tramitação do processo foi paralisada até análise dos questionamentos.
Leia Mais
Abertura de processo de impeachment de Pimentel é publicada no Minas Gerais PCdoB divulga nota contra processo de impeachment de PimentelImpeachment: Após exonerações, líder de Pimentel diz que conflito não ajudaSegundo Durval, a jurisprudência no caso do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e dos pedidos no mesmo sentido para o presidente Michel Temer (MDB) mostram que só o presidente da Casa tem o poder para acolher tais denúncias. “Um ato de recebimento de denúncia de impeachment, até pela gravidade, é ato personalíssimo de um presidente de Poder e ele (Adalclever) não estava aqui. Quem recebeu foi o 1º vice-presidente, você não pode em hipótese alguma dar validade a esse recebimento, ele (Lafayette Andrada) não teria legitimidade”, disse.
O líder alegou, ainda, que em todos os pedidos do tipo há fundamentação da negativa ou aceitação.
Motivação
Já Rogério Correia fundamentou sua questão de ordem na falta de motivação exposta para aceitar o pedido de impeachment. Segundo ele, qualquer ato precisa ser justificado. "Enquanto essa motivação não for explicitada, a Assembleia não pode levar isso à frente.
O pedido de impeachment do governador foi publicado na edição deste sabádo, dia 28, do Diário do Legislativo. Na quinta-feira, dia 26, a Mesa Diretora da Casa acolheu o pedido do advogado Marley Marra, que acusa Pimentel de crime de responsabilidade ao atrasar o repasse de verbas para o Legislativo, o Judiciário e as prefeituras mineiras. Coube ao deputado Laffayete Andrada (PRB), que presidiu a sessão, a pedido do presidente Adalclever Lopes (MDB), acolher e ler o texto autorizando a formação da comissão que vai analisar o assunto.
Nos bastidores, o acolhimento do pedido de impeachment teria sido motivado pela insatisfação de Adalclever com a possibilidade sinalizada pelo PT de a ex-presidente Dilma Rousseff concorrer ao Senado Federal. O presidente da Assembleia esperava ser o principal nome do partido na disputa.
O vice-presidente Lafayette Andrada (PRB), que recebeu as questões de ordem, afirmou que o processo está suspenso até análise da Mesa. Embora não haja prazo para uma decisão, Andrada disse que a Mesa deve resolver sobre o recurso na próxima terça-feira.
Para oposição, não vai haver recuo
Valadares disse não acreditar em um possível recuo de Adalclever na aceitação da denúncia contra Pimentel. Para ele, o recurso do PT apenas atrasa o início do jogo, mas não se sabe como vai terminar o processo iniciado na Casa.
Apesar de a oposição só ter 21 cadeiras, Gustavo Valadares acredita na possibilidade de Pimentel sofrer o impeachment. Para ele, cresce a insatisfação contra o petista. “Vendo como as coisas estão caminhando acho que vai ter uma troca daqui a pouco. Em vez de líder da minoria vou ser da maioria”, disse. .