São Paulo - O depoimento de uma das filhas do presidente Michel Temer, Maristela Temer, nas investigações da Operação Skala, que apura as suspeitas de corrupção envolvendo Temer e empresas do setor portuário, estava marcado para manhã desta quinta-feira, 3. A Polícia Federal preparou uma área reservada às autoridades no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para ouvir Maristela. Os investigadores suspeitam que obras feitas na casa da filha do presidente foram pagas com recursos ilícitos.
As suspeitas vieram à tona depois que fornecedores que trabalharam na obra da casa da filha do presidente, localizada na zona oeste de São Paulo, admitirem que receberam pagamentos em dinheiro vivo da mulher do coronel da reserva da PM João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, apontado por delatores como suposto intermediário de propinas para o presidente.
O delegado Cleyber Malta, que conduz as investigações, chegou por volta das 10h à delegacia da Polícia Federal de Congonhas. Ele deve conduzir o depoimento da filha do presidente.
Até a publicação desta matéria, porém, não havia a confirmação de que a filha de Temer estava no local. Na sexta-feira, 27 de abril, Temer fez um pronunciamento para rebater as suspeitas sobre ele e sua família. O presidente disse que só um "irresponsável e mal intencionado ousaria tentar incriminá-lo":
"Qualquer contador, qualquer pessoa de bem, qualquer professor de matemática, consegue concluir que ao longo do tempo eu obtive recursos suficientes para comprar os imóveis que comprei e reformar os imóveis que reformei. Só um irresponsável, mal intencionado, ousaria tentar me incriminar, a minha família, meu filho de 9 anos de idade, como lavadores de dinheiro. Dizer que lavei dinheiro em uma casa alugada?”, queixou-se.
Na manhã desta quinta, Temer reagiu com ironia ao ser indagado se estaria preocupado com o depoimento de Maristela à Polícia Federal. "Registre o meu sorriso", respondeu o presidente, que visitou a 25ª Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).